Artes amazonenses vão a leilão em prol do fortalecimento de territórios dos povos originários

Oito obras vão a leilão e terão a verba adquirida destinada à causa dos territórios dos povos originários (Jaime Lima)

Malu Dacio – Da Revista Cenarium

MANAUS – Após projetar artes produzidas por amazonenses em copas de árvores às margens do Rio Negro, o ‘Projeta Amazônia’ agora planeja um leilão de oito obras expostas e produzidas para o projeto. Com data a definir, o leilão acontecerá em abril e será realizado de forma virtual. Toda a renda arrecadada será doada a uma instituição dos povos originários, com projetos voltados à defesa e manutenção da Amazônia.

Os valores serão definidos através de lance e o maior valor fica com a obra. O projeto é de autoria dos artistas Chico 1304 e Alessandro Hipz. À REVISTA CENARIUM, Hipz explica que o “Projeta” é essencial para a valorização da arte, ao ter um viés que liga cultura e defesa dos direitos ambientais.

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Participam do evento os artistas Thaísi, Mia Montreal, André Hulk, Chemie, Hadna Abreu, Adonay Garcia, Marcos Chico e Alessandro Hipz.

“A curadoria, primeiramente, teve o cuidado com a paridade entre os artistas selecionados. Chico e eu buscamos artistas com trabalhos já consolidados no cenário da arte urbana manauara, com isso chegamos aos nomes dos participantes”, disse Hipz.

Além de trazer luz para o formato artístico e ambiental, o projeto também tem cunho social e entende a importância do fortalecimento dos territórios de povos originários. O projeto ainda não definiu quem receberá o monte adquirido com as vendas, mas a priorização são para trabalhos de relevância social.

“Então, estamos terminando de definir, mas será alguma iniciativa no Parque das Tribos. O leilão acontecerá de forma online e estaremos buscando parceiros para poder alcançar o maior número de possíveis compradores”, explica o artista.

Obras que estarão disponíveis no leilão (Jaime Amorim)

‘Projeta Amazônia’

No último dia 5 de março, a bordo de um barco, contando com uma equipe de produção e projeção, o ‘Projeta Amazônia’ percorreu as margens do Rio Negro, onde projetou trabalhos nas copas das árvores da floresta, por meio do estilo de projeção conhecido por vídeo mapping.

Alessandro conta que os participantes saíram às 4h da tarde em busca de um local onde atendesse as necessidades para a projeção e retornaram às 2h da madrugada.

Buscando a equidade, a difusão e a valorização da arte urbana de grafiteiros e grafiteiras amazonenses, o ‘Projeta Amazônia’ convidou oito artistas para realizarem obras exclusivas e a disponibilizarem séries já produzidas, anteriormente, por cada grafiteiro e grafiteira selecionado, para compor as pinturas a serem projetadas.

Com ênfase na floresta, o ‘Projeta Amazônia’ chama a atenção para manutenção e preservação do território amazônico através dessa narrativa. No ‘Projeta Amazônia’, além do cunho artístico, buscar reforçar a necessidade do engajamento da população para o cuidado do meio ambiente como forma de fortalecer a rede de proteção à Amazônia é fundamental.

O projeto foi contemplado pelo Programa Cultura Criativa – 2021 – Prêmio Amazonas Criativo do Governo do Estado do Amazonas – através da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa.

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