Após rebelião com seis mortos em menos de um ano, sete agentes são feitos reféns em UPP, na zona leste

Colchões foram incendiados na UPP, durante rebelião na manhã deste sábado, 2. Foto: Divulgação

Da Revista Cenarium

MANAUS – Sete agentes penitenciários são mantidos reféns por diversos detentos da Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), localizada na zona leste de Manaus. Eles ainda atearam fogo em colchões e escalaram caixas d’água do local para chamar atenção de autoridades. De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), o princípio de rebelião se deu por volta das 6h30 deste sábado, 2.

O local é mesmo que, em maio do ano passado, seis detentos foram brutalmente assassinados com indícios de asfixia.

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De acordo com a Seap, a rebelião teve início durante a entrega do café da manhã, quando internos serraram a grade de duas celas e fizeram os agentes de socialização de reféns.

Até o momento, sete agentes estão em poder dos detentos. Eles exigem a presença da imprensa e dos direitos humanos. Não há informações sobre mortos.

O Grupo de Intervenção Penitenciária (GIP) e forças de segurança da Polícia Militar do Amazonas (PMAM) – Rocam, Coe, Batalhão de Choque, Companhia de Cães – estão no local e já iniciaram as negociações.

De acordo com informações de familiares, os presos reivindicam a falta de energia elétrica e melhorias no fornecimento de alimentos. “Eles estão vivendo em condições subumanas, sem energia elétrica e com comida estragada. Eles dão comida estragada para os nossos familiares. Eles não são bichos, só estão lá pagando pelo crime que cometeram”, disse uma familiar de um dos presos.

O Corpo de Bombeiros enviou três viaturas ao local, sendo um carro de combate a incêndio, uma unidade de resgate e o comandante de socorro.

Até a publicação desta matéria, a Seap não havia confirmado se algum agente penitenciário teria sido feito refém.

Rebelião com mortos na UPP

Na época em que a rebelião deixou seis mortos na UPP, o Ministério da Justiça informou que iria enviar ao Amazonas integrantes da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária.

De acordo com o governo federal, a força-tarefa atua quando há crise no sistema penitenciário com o objetivo de “controlar distúrbios e resolver outros problemas”.

Massacre em 2017

Não é de hoje que a crise no sistema penitenciário do Amazonas é denunciada. Em janeiro de 2017, um conflito no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) deixou deixou 56 mortos. A rebelião durou mais de 17 horas e foi considerada pelo então secretário de Segurança Pública “o maior massacre do sistema prisional” do Estado.

Na época, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM) informou que os mortos eram integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e presos por estupro.

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