Após recuperação judicial, Latam vai demitir 2.700 funcionários no Brasil

Empresa já abriu processo de pedido de demissão voluntária (Rodrigo Garrido/Reuters)

Da Revista Cenarium*

MANAUS – A companhia aérea Latam anunciou nesta sexta-feira, 31, que vai começar a demitir seus tripulantes. O corte deve atingir, ao menos, 2.700 profissionais, segundo a empresa. A empresa tem cerca de 7.000 tripulantes, sendo 5.000 comissários e 2.000 pilotos. Devem sair aproximadamente 2.000 comissários e 700 pilotos.

O anúncio acontece após o fim da assembleia com o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA). A companhia havia feito uma proposta para alterar a política de remuneração, reduzindo definitivamente os salários, mas foi rejeitada.

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A empresa já abre nesta sexta o processo de pedido de demissão voluntária, que deve ser feito até terça-feira, 4. Depois disso, começam os desligamentos.

Em comunicado, a Latam, que enfrenta uma recuperação judicial, falou do impacto da pandemia sobre a indústria mundial de aviação e disse ser a empresa que oferece a maior remuneração aos tripulantes em voos domésticos e internacionais.

A companhia vinha defendendo que, mesmo que fizesse uma redução definitiva no pagamento de seus profissionais, eles não ganhariam menos que os tripulantes da Azul e da Gol, suas concorrentes no mercado doméstico.

“A empresa tem a necessidade de equiparar seu modelo atual de remuneração às práticas do setor, haja visto, que historicamente, esta pauta foi objeto de negociação da empresa com o SNA e a atual crise da pandemia torna esta medida ainda mais imprescindível para a Latam.”

Na semana passada, já era esperado que a proposta da Latam não avançaria. Na segunda, 27, quase 90% dos comandantes, copilotos e comissários rejeitaram. As negociações da empresa vinham difíceis desde o início do mês. Azul e Gol conseguiram fechar seus acordos com corte de salário temporário.

Ondino Dutra, presidente do sindicato dos aeronautas, afirma que todos perdem e que o desfecho das negociações mostrou que o objetivo da empresa era fazer uma redução de remunerações permanente, enquanto a categoria buscava preservar empregos e direitos.

“Enquanto muitos tripulantes perderão empregos, a empresa terá altos custos com pagamento de rescisões e, com seu quadro reduzido, estará menos preparada para uma retomada do setor aéreo”, afirma Dutra.

(*) Com informações da Folhapress

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