Após suspensão de voluntário, OMS elogia produção da vacina de Oxford contra Covid-19

A medida prevista em testes serve para garantir que os imunizantes experimentais não causem reações adversas sérias entre voluntários.(Reprodução/Oxford)

Vanessa Taveira – Da Revista Cenarium

MANAUS – A tão esperada vacina contra a Covid-19 teve seus testes, em fase final, suspensos pelo laboratório britânico AstraZeneca após um voluntário do Reino Unido ter ficado doente. Segundo o jornal New York Times, essa reação teria sido uma mielite transversa, um tipo de inflamação na medula espinhal.

 A interrupção temporária dos testes do imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford será em todo o mundo, incluindo o Brasil. A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que conduz os estudos no País ao lado do Instituto D’Or, informou que, apesar de não ter voluntários brasileiros com reação adversa, também paralisou os testes.

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A medida é prevista em testes de vacina e serve para garantir que os imunizantes experimentais não causem reações adversas sérias entre voluntários.

Segurança

Conforme matéria publicada no Jornal O Globo desta quarta-feira, a fórmula britânica era tida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a mais promissora na corrida global por uma vacina. A cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, afirmou que a segurança de uma vacina candidata contra a Covid-19 deve vir “em primeiro lugar e acima de tudo”.

 “Só porque falamos na necessidade da rapidez (do desenvolvimento de uma vacina), isso não significa que iremos comprometer ou pegar atalhos nos caminhos que seriam normalmente seguidos. O processo precisa ser seguido de acordo com as regras do jogo. Em termos de remédios e vacinas distribuídas para a população, devemos testar sua segurança em primeiro lugar e acima de tudo”, disse Soumya.

A organização pontuou, no entanto, que suspensões temporárias não são raras em testes de imunizantes. “Estamos satisfeitos em ver desenvolvedoras de vacinas assegurando a integridade científica de seus ensaios clínicos e se atendo às diretrizes e regras padrões no desenvolvimento de vacinas”, disse a OMS, conforme questionamento feito pela Reuters.

Paralisação 

De acordo com O Estadão, a cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS)Soumya Swaminathan, alertou nesta quarta-feira, 9, que não espera que vacinas contra a Covid-19 estejam disponíveis para a população em geral antes de 2022, embora os grupos de risco possam ser imunizados em meados de 2021.

“Muitos pensam que no início do próximo ano haverá uma panaceia que resolverá tudo, mas não será assim: há um longo processo de avaliação, licenciamento, fabricação e distribuição”, frisou a especialista durante sessão de perguntas e respostas na internet.

Brasil

O Ministério da Saúde informou que a pausa nos testes significa que não haverá inclusão, neste momento, de novos participantes. “O Ministério da Saúde foi notificado por e-mail nesta data, pela AstraZeneca, e reforça o compromisso em garantir uma vacina segura e eficaz em quantidade para a população brasileira”, concluiu a pasta.

O governo brasileiro, por meio do Ministério da Saúde e da Fiocruz, assinou um memorando de entendimento com a AstraZeneca que prevê a compra de 30 milhões de doses da vacina, com entrega em dezembro deste ano e janeiro do ano que vem, e a possibilidade de aquisição de mais 70 milhões se a vacina tiver eficácia e segurança comprovadas.

Além disso, o acordo inicial prevê a transferência da tecnologia desenvolvida pela Universidade de Oxford e pelo laboratório AstraZeneca para produção local na Fiocruz.

Dados

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil já tem 3.397.234 pessoas curadas da doença. No mundo, estima-se que pelo menos 13 milhões de pessoas diagnosticadas com Covid-19 já se recuperaram. As informações foram atualizadas às 18h30 da última terça.

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