Após tentativa de golpe, justiça decreta 18 meses de prisão preventiva ao ex-presidente do Peru, Pedro Castillo
16 de dezembro de 2022
Ex-presidente do Peru Pedro Castillo (Divulgação)
Da Revista Cenarium*
LIMA – A Suprema Corte do Peru decidiu na quinta-feira, 15, que a prisão preventiva do ex-presidente Pedro Castillo deve durar ao menos 18 meses. O político é acusado de rebelião e conspiração após uma tentativa fracassada de golpe de Estado.
Na decisão, o juiz Juan Checkley declarou procedente o pedido do Ministério Público citando risco de fuga do ex-presidente. Após ser destituído, Castillo teria tentado fugir para a representação diplomática do México. Ele ainda fez pedido formal de asilo e conversou, já preso, com o embaixador mexicano em Lima.
O ex-presidente do Peru Pedro Castillo em audiência por videoconferência após ser preso – Reprodução Justicia TV – 8.dez.22/AFP
Na terça, 13, a Justiça do Peru negou um recurso do ex-presidente Pedro Castillo para derrubar a prisão preventiva a qual ele está sujeito. Segundo a defesa, para os dois delitos dos quais o político é acusado seria necessário atuar em grupo, enquanto o líder estava com poucas pessoas quando foi detido. Seus advogados também afirmaram que não há perigo de fuga.
O líder esquerdista foi preso preventivamente no último dia 8 para, segundo argumentação do Ministério Público, impedir que interferisse na investigação ou tentasse deixar o país. Castillo e seus advogados alegam que as acusações são infundadas.
O governo do Peru decretou estado de emergência de 30 dias nesta quarta, 14, em resposta aos protestos que vêm se espalhando pelo país desde a tentativa de golpe de Castillo. O decreto faz com que as Forças Armadas se juntem à polícia para garantir a manutenção da segurança pública, além de suspender certos direitos, como a liberdade de ir e vir e de reunião e a inviolabilidade do domicílio.
Manifestantes que reivindicam a libertação de Castillo e a dissolução do Parlamento bloquearam estradas, atearam fogo a edifícios e invadiram aeroportos. Ao menos sete pessoas, incluindo dois menores de idade, morreram em confrontos com a polícia.
Dina, que era vice de Castillo e assumiu a Presidência é vista como traidora pelos apoiadores do populista. Ela busca apaziguar a população negociando a antecipação das eleições gerais de julho de 2026 para abril de 2024.
Eleito no ano passado, o líder populista foi detido depois de tentar dissolver o Congresso, em mais um capítulo da crise política permanente que a nação andina enfrenta há pelo menos seis anos.
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