Após viralizar, senador nega ter ganhado Rolex de R$ 78 mil da ‘Precisa’ e culpa PT

A polêmica surgiu depois que o diretor-executivo da Precisa Medicamentos assumiu ter comprado um Rolex em nome da empresa. (Reprodução/ Internet)

Iury Lima – Da Cenarium

VILHENA (RO) –  Depois de viralizar na internet por meio de memes e posts regados à ironia sobre ter, supostamente, ganhado um relógio suíço da marca Rolex, avaliado em R$ 78 mil, como presente da empresa Precisa Medicamentos, alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) usou uma rede social no último domingo, 26, para negar o ‘suborno’, afirmando “aos invejosos”, como ele mesmo disse, que “tem, sim, um Rolex”, mas que o adquiriu com recursos próprios. 

No vídeo, o senador ainda enalteceu “cidadãos de bem” e culpou o Partido dos Trabalhadores (PT) pelos boatos: “Eu já verifiquei de onde partiram esses ataques: de gente conhecida da política nacional. E está sendo disseminado por pessoas de vários espectros políticos, principalmente do PT”, disse o parlamentar. 

Marcos Rogério e o ‘Rolex da Precisa’

A polêmica surgiu depois que o diretor-executivo da Precisa Medicamentos, Danilo Trento, assumiu em depoimento à CPI, que comprou um Rolex em nome da empresa, alegando que foi um presente. No entanto, para os parlamentares, o ato configura o crime de lavagem de dinheiro, porque a compra foi feita utilizando o CNPJ da farmacêutica. Marcos Rogério, por sua vez, não estava presente no dia em que Trento reconheceu a compra suspeita ao ser questionado por Randolfe Rodrigues, senador pelo Amapá (Rede). 

PUBLICIDADE

A declaração de Danilo Trento foi o bastante para que os internautas passassem a relacioná-la com o fato de que Marcos Rogério tem um relógio igual e que, segundo a internet, “desfila de Rolex por Brasília”. Nem mesmo o senador Randolfe Rodrigues fugiu da brincadeira, aproveitando para ironizar o depoimento, também, no Twitter. 

Justificativas e ofensas

Incomodado com a proporção da brincadeira, mesmo alegando que o fato não merecia atenção, Marcos Rogério justificou sua ausência no dia em que Trento foi ouvido na CPI da pandemia. “Estive ausente da sessão da CPI da pandemia por dois dias (…) quarta e quinta. Eu estava envolvido com as relatorias da Medida Provisória 1052 e do Projeto de Lei que trata da geração distribuída no setor elétrico”, disse. 

“Disseram que faltei porque ele [Danilo Trento] teria me dado um Rolex de presente. Apesar de ser algo tão esdrúxulo, pode ter gente que acredite nesse tipo de coisa. Também está sendo reproduzido por pessoas aqui do meu Estado, ligadas a figuras políticas que deveriam dar um bom exemplo, um bom testemunho, mas que não conseguem esconder o seu verdadeiro caráter ou mau-caráter. Gente doente, ardente em inveja”, alegou o senador.

Marcos Rogério disse ainda que nunca teve contato algum com Danilo Trento ou com qualquer pessoa que o representasse e ameaçou processar quem produzir novos comentários ofensivos. “Aos que quiserem continuar insistindo na prática de calúnia e difamação, aviso que no momento certo vou chamar para que respondam no foro adequado, nas esferas cível e criminal”, afirmou o parlamentar, além de atacar o andamento da comissão.

“A CPI é rápida para convocar pessoas de bem, como aconteceu com o empresário Luciano Hang, e omissa para ouvir autoridades de Estados e municípios que geriram bilhões de reais no enfrentamento da pandemia com mais de 50 operações da Polícia Federal por causa de múltiplos escândalos de corrupção (…) desde o começo, percebi que a CPI gira em torno do nada. Não querem investigar que precisam investigar”, declarou em tom de revolta.  

A Revista Cenarium procurou o senador Marcos Rogério para comentar a reportagem nesta terça-feira, 28, mas não obteve retorno.

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.