Área de 7 milhões de hectares desmatada na Amazônia está em processo de regeneração

Vegetação está se regenerando naturalmente (Reprodução/G1)

Com informações do G1

MANAUS – No meio da maior floresta tropical do mundo, brota esperança. Uma área de 7,2 milhões de hectares na Amazônia, que tinha sido desmatada, está virando floresta de novo. É o equivalente ao território de um país inteiro, como a Irlanda. Uma prova da resistência da natureza que, mesmo agredida, insiste em renascer sem qualquer ajuda.

“A floresta mantém a sua capacidade de restauração natural. Ela tem alta capacidade de resiliência”, diz o pesquisador Paulo Amaral associado ao Instituto Amazon.

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A vegetação, que está se regenerando naturalmente, foi mapeada pelo Projeto Amazônia 2030, com dados do Instituto Imazon. Os pesquisadores levaram em conta apenas áreas que estão se recuperando há mais de seis anos. Assim, é menos provável que sejam terras em pousio, prática em que, depois de cinco anos de descanso, o solo volta a ser usado na agricultura.

Dessa floresta chamada de secundária, 62% têm mais de dez anos, 38%, entre seis e dez anos. A maior parte fica no Pará, em seguida, vem Mato Grosso, Amazonas. Cerca de um quarto da floresta que está renascendo fica dentro de propriedades privadas regularizadas.

O pesquisador Paulo Amaral, um dos responsáveis pelo levantamento, explica que boa parte das terras foi abandonada porque não servia para o plantio. “Observamos que grande parte dessas áreas que estão em abandono são áreas com baixa aptidão agrícola. Mas a boa notícia é que têm alta aptidão para conservação e elas podem vir cumprir sim a sua função ecossistêmica, gerando serviços ambientais”.

A vegetação que se regenera naturalmente na Amazônia deixa o Brasil mais perto de cumprir um compromisso firmado com a ONU, o de restaurar no mínimo 12 milhões de hectares de matas nativas até 2030. É uma notícia que traz um alento e, ao mesmo tempo, um desafio: garantir vida longa para a floresta que volta a crescer agora.

Para proteger a Amazônia, que vem batendo recordes de desmatamento, é preciso monitorar as áreas onde a floresta ainda encontra forças para se recuperar. “Precisamos imediatamente incluir essas áreas em programas de monitoramento oficiais. O segundo desafio é incluir essas áreas em programas de regularização ambiental”, disse Paulo Amaral.

O pesquisador em restauração ecológica Jeronimo Sansevero reforça que o processo é longo, até a floresta ficar madura. Cabe a nós permitir que a natureza siga o seu curso, cresça, se desenvolva e permaneça viva.

“É possível a gente reverter esse quadro de degradação dos ambientes florestais que a gente tem. O que a gente tem que ter agora é cuidado, monitoramento e fiscalização desse enorme patrimônio que pertence ao Brasil”, alertou o pesquisador.

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