Arthur Neto e Marina Silva debatem sobre Desenvolvimento Sustentável na Amazônia em webinar do CPJUR

Arthur se reuniu com Marina virtualmente. (Reprodução/Youtube)

Priscilla Peixoto – Da Cenarium

MANAUS (AM) – Na noite desta quarta-feira, 25, o Centro Preparatório Jurídico (CPJUR) transmitiu, via YouTube, o webinar com o tema Desenvolvimento Sustentável na Amazônia. A programação teve como participantes a ex-ministra do Meio Ambiente e professora Marina Silva e o diplomata e coordenador do Núcleo de Educação Política e Renovação do CPJUR, Arthur Virgílio Neto.

Durante o seminário online, Arthur destacou a importância da sustentabilidade que, de acordo com diplomata, é “considerado direito de terceira dimensão”. Conforme disse Arthur, a sustentabilidade se liga a boas práticas ambientais e econômicas.

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“Eu faço uma diferença muito grande entre economia e ecologia, e penso que as duas coisas têm que completar. Não vejo outra saída para o Brasil senão compor o modelo em que a boa prática ambiental se junta e se liga às boas práticas econômicas, anseio por isso e acredito que esse é modelo que Brasil deve seguir”, avalia a Arthur.

Quando questionada sobre o desenvolvimento sustentável na Amazônia, a convidada Marina Silva trouxe à tona pontos que a Organização das Nações Unidas (ONU) propõe com relação ao assunto. De acordo com ela, o tema não é apenas ambiental, mas também econômico, social e cultural.

“Eu costumo acrescentar mais três pontos além dos já colocados pelas Nações Unidas. Além do desenvolvimento ter que ser sustentável do ponto vista ambiental, econômico, social e cultural, precisa ser também político, até porque muitos problemas ambientais estão sendo produzidos por decisões políticas equivocadas. Precisa ter um compromisso ético e também estético pela sua beleza, pela sua riqueza e grande valor imagético e simbólico e por ser um lugar que nos confere identidade e relevância no mundo”, afirma Marina.

“Levar a serio”

Arthur destacou planos alternativos que envolvem a sustentabilidade e falou sobre os problemas enfrentados, hoje, pelo Estado do Amazonas. Segundo o diplomata, se não houvesse o Polo Industrial de Manaus (PIM), o desmatamento no Amazonas seria “brutal”. “Somos o que menos depredou porque tínhamos uma fonte e que está caindo a cada momento. Posso prevê no nível que vai a Zona Franca a médio prazo, ela poderá fecha as portas porque não teve estímulos para se manter em pé”, comentou o diplomata.

O amazonense chama atenção para a necessidade de levar mais a sério temática da preservação e sustentabilidade e dispara: “A fase de brincar já passou. Hoje, é obrigatório para qualquer governante ser comprometido com as boas práticas ambientais”, ressaltou.

Sobre o atual governo, Arthur criticou a falta de comprometimento e cuidados com a Amazônia e afirmou que a política atual instiga a práticas nocivas, negativas e que ferem o futuro da sociedade. “Ouso dizer que o Brasil sem a Amazônia não tem futuro. O Brasil com a Amazônia e com parcerias nacionais e internacionais terá um futuro brilhante”, afirmou Arthur.

“Viabilidade ambiental”

Dentre os diversos pontos destacados durante a transmissão, Marina falou sobre as problemáticas que envolvem a expansão e a conclusão da BR-319. A ex-ministra comentou sobre os impactos que a via de acesso tem sobre a área florestal. Ela pontuou que o projeto de uma rodovia como a BR- 319 precisa ser viável não só do ponto de vista econômico, mas social, cultural e principalmente ambiental.

“Até hoje essa viabilidade ambiental não foi comprovada. Me lembro das pressões sofridas quando fui ministra, é um debate complexo e temos que entender que a Amazônia é responsável pelo regime de chuva e se ultrapassar 25% de devastação, nós vamos ter um dos maiores prejuízos em relação à escassez de chuva e poderemos virar uma savana, prejudicando todo agronegócio brasileiro e transformar o Sul, Sudeste e Centro-Oeste em verdadeiros desertos” afirmou Marina.

Para assistir toda a transmissão e o debate sobre o tema basta acessar o link.

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