Articulação de Mulheres do AM reúne para debater campanha contra o feminicídio

A campanha pretende sensibilizar e mobilizar a sociedade em geral (Reprodução/Harassment)

Priscilla Peixoto – Da Revista Cenarium

MANAUS- A Articulação de Mulheres do Amazonas, AMA, realiza no início da noite dessa quinta-feira, 12, uma reunião para discutir o lançamento da Campanha ‘Levante Feminista contra o Feminicídio’. Cerca de 25 mulheres irão participar do encontro que será feito de forma virtual pelo Google meet, com o objetivo de combater os índices de feminicídio no Brasil.

Além do encontro para o debate da campanha que será dia 25 de março, a articulação também vai falar sobre as assinaturas colhidas para endossar o manifesto. A campanha tem identidade combativa feminista, de esquerda, antirracista, antiLGBTfóbica, anticapitalista, contra o machismo e o patriarcado.

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Segundo a atriz, ativista e feminista, Socorro Papoula, a ação é uma alternativa de sensibilização da população. “É uma campanha que pretende sensibilizar e mobilizar a sociedade em geral chamando a atenção deste público para o tema feminicídio”, explica a ativista.

Dados e pandemia

De acordo com ela, só no primeiro semestre de 2020 foram mortas 648 mulheres brasileiras, a maioria negras e vivendo em alta desigualdade social. Seus algozes são em grande parte homens machistas e violentos que não admitem a autonomia, a igualdade e a liberdade das mulheres e tentam de todas as formas afastar as vítimas do convívio social.

Socorro Papoula é ativista, atriz e feminista conhecida no AM (Reprodução/arquivo pessoal)

“As pesquisas apontam que durante a pandemia aumentou consideravelmente os ataques contra as mulheres. A cada nove horas, uma mulher é assassinada no Brasil.  A cada dois minutos uma mulher sofre violência e a cada oito minutos uma pessoa do sexo feminino sofre estupro, os dados oficiais do Estado ainda não foram divulgados”, revela a feminista.

Vale ressaltar que o empobrecimento, exaustão e a vulnerabilização das mulheres as expõe ainda mais à política machista da morte. A feminista explica que neste momento é preciso programas consistentes de enfrentamento à cultura patriarcal e racista que leva ao feminicídio. Do contrário, não haverá paz no Brasil e os feminicídios continuarão arruinando a democracia.   

Articulação de Mulheres do Amazonas

A Articulação de Mulheres do Amazonas existe há 25 anos e já esteve à frente de muitas atividades locais e nacionais como denúncias contra estupros, discussões sobre a aposentadoria feminina e direitos trabalhistas.

A articulação também se reúne anualmente dia 25 de novembro – Dia do Combate à Violência Contra a Mulher – para um ato que relembra todas aquelas que já foram vítimas de violência para protestar contra as agressões sofridas pelo gênero feminino.

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