Artista do AM, Turenko Beça apresenta mural sobre cultura urbana e amazônica em exposição em SP

Artista Turenko Beça apresenta a obra "TRANSAAMAZÔNICA" na exposição Xilograffiti, em São Paulo (Arquivo Pessoal)
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – O artista plástico, grafiteiro, escultor e desenhista de Manaus (AM) Turenko Beça apresenta um mural de piso sobre a cultura urbana e amazônica na exposição Xilograffiti, evento que acontece até o dia 31 de julho deste ano, no Sesc Consolação, na Vila Buarque, em São Paulo. O trabalho, feito em linóleo com palavras e imagens, é fruto de uma pesquisa iconográfica que traz referências ao imaginário pop e da gráfica indígena.

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Filho do poeta e escritor Aníbal Beça, um dos fundadores do “Clube da Madrugada”, considerado o movimento que transformou a cultura do Amazonas da década de 1950, Turenko Beça contou à REVISTA CENARIUM que a obra “TRANSAAMAZÔNICA” tem elementos que vão desde à ancestralidade dos povos originários, à invasão espacial, com labirintos, pinturas surrealistas e a natureza formada por entes que se transformam e se distorcem.

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“Meu trabalho todo gira em torno da Amazônia e das referências que eu tenho, não somente do meu pai, enquanto escritor, e pela pessoa incrível que ele foi, mas como também da mãe, da família e do Clube da Madrugada. Tudo gira em torno dessa questão, da cidade de Manaus com seus 2,5 milhões de habitantes e as 400 indústrias que, ao mesmo tempo, há toda uma mitologia do caboclo e do indígena”, destacou.

Obra “TRANSAAMAZÔNICA” é exibida na exposição Xilograffiti, em São Paulo (Arquivo Pessoal)

Turenko Beça exibe, ainda, no mural, uma cúpula voadora com asas e discos que abduzem as pessoas, um símbolo de heavy metal com um extraterrestre, uma sumaúma, além de mensagens de ofensa contra o presidente Bolsonaro escritas em cirílico. A obra faz parte do segmento Xilo Urbana, uma divisão do curador do evento Baixo Ribeiro.

“O segmento é uma aproximação da estética em que eu trabalho, com a questão da gravura que faço desde 1994 e também do grafite. Isso tudo se mistura”, salientou o artista.

Turenko

Com mais de 30 anos de carreira, Turenko Beça afirma à CENARIUM que é uma honra levar a cultura amazonense para eventos fora do Estado. Além de trabalhar como desenhista, o artista é professor universitário e possui obras expostas na Pinacoteca do Estado e Município e Museu da Amazônia (Musa), em Manaus, e no Museu Xumucuís, no Pará.

“É um prazer representar o Estado fora de Manaus. Sabemos que as dificuldades são grandes, existe todo um sistema de arte, mas, assim como eu, outros artistas também fazem isso. O mais importante mesmo é a participação”, concluiu.

Turenko Beça afirma à CENARIUM que é uma honra levar a cultura amazonense para eventos fora do Estado (Arquivo Pessoal)

O artista realiza, ainda, pesquisa antropológica sobre sociedades indígenas e possui obras, desde pequenos carimbos de borracha até gigantes esculturas de metal, feitas por meio de técnicas como grafismo, xilogravura, estêncil, entre outras. Roupas e acessórios chegam a ser inspiradas nas criações de Turenko e são vendidas na internet.

Exposição Xilograffiti

A exposição Xilograffiti conta com curadoria de Baixo Ribeiro e obras populares de origens distintas, que promovem a confluência e o embate entre a xilogravura e o grafite. Segundo a organização do evento, os trabalhos dos artistas e coletivos presentes na mostra apresentam pontos convergentes, em especial, na forma como são construídas, em caráter inclusivo, colaborativo e participativo.

A iniciativa acontece até 31 de julho, de terça a sábado, das 10h às 21h. Aos domingos e feriados, a exposição é realizada das 10h às 18h. O endereço é na Rua Doutor Vila Nova, 245 – Vila Buarque, São Paulo.

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