Artista lança exposição sobre Festival de Parintins com Colagismo em E.V.A

Pedro Evangelista pousando com algumas das obras que serão expostas (Reprodução/Acervo Pessoal)
Priscilla Peixoto – Da Cenarium

PARINTINS – O artesão e coreógrafo parintinense Pedro Evangelista, de 47 anos, vai lançar nesta sexta-feira, 23, a exposição intitulada “Cenas do Festival Folclórico de Parintins-Colagismo em E.V.A”. O trabalho expõe em nove quadros a ilha tupinambarana, por meio da perspectiva diferenciada. O conceito da exibição aborda as belezas do tradicional Festival Folclórico e ficará até o dia 1º de agosto no Mercado Municipal da Cidade de Parintins (a 369 quilômetros de Manaus).

“Eu queria retratar em quadros as cenas do festival, mas não queria ver as cenas de dentro do bumbódromo, mas cenas que abordem os acontecimentos em torno da festa, como o ‘tricicleiro’ levando o turista, a festa da alvorada do Boi Garantido, o pessoal na praça da Catedral usando a riqueza de detalhes do trabalho feito em colagem”, explica Evangelista.

Pedro explica que cada tela tem entre 200 a 500 peças em E.V.A, que segundo ele demandam tempo e dedicação em cada detalhe para que retratem o mais fielmente possível a mensagem emoldurada e colada nas telas produzidas. “Cada tela tem sua particularidade. Em umas demorei de uma a duas semanas, em outras um mês ou até um mês e uma semana, pois é algo muito delicado, diferenciado, que exige sensibilidade”, conta o parintinense.

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Quadro “Alvorada” levou mais de um mês para ficar pronto e possui 500 peças recortadas em E.V.A (Reprodução/ Pedro Evangelista)

Dois trabalhos e uma paixão

Apaixonado pela ilha e pelo Festival Folclórico de Parintins, antes de estrear na arte do colagismo, Pedro Evangelista tem uma história de, pelo menos, 26 anos voltada à parte coreográfica do boi-bumbá Garantido. Criador de coreografias que embalaram toadas conhecidas pelo público do festival como “Louco torcedor” e “Nayá”, o artista conta sobre a alegria e orgulho de poder ter uma vida dedicada à arte.

“Como coreógrafo me sinto realizado em ver meu trabalho perpetuado por meio da dança. Eu me cobro muito para que tudo se encaixe e seja realizado e da melhor forma possível. É um presente poder ter o dom da arte nas veias, seja na dança, seja como artesão”, comemora Pedro.

Obra que retrata o carinho da sinhazinha com boi Caprichoso (Reprodução/ Pedro Evangelista)

Ele relembra que há 16 anos, em paralelo ao trabalho de coreógrafo também realiza a confecção de boi de pano em vários festivais da região e, mesmo tendo um experiência como artesão, se considera novo no hall dos artistas parintinenses.

“Embora eu já trabalhasse confeccionando alguns trabalhos de artesanato, são com essas peças que estreio oficialmente como artista que produz quadros. Sinto muita satisfação em ver cada obra terminada, como o quadro ‘Alvorada’ que traz quase 500 peças refletindo um momento tão especial e tão nosso”, pontua o artesão.

Expansão

Após a exposição no mercado, Evangelista revela que pretende se dedicar mais ao trabalho de colagem que, inclusive, é um dos primeiros feitos na cidade de acordo com o artista. Mesmo antes do lançamento oficial, o trabalho visto por alguns profissionais da arte rendeu críticas positivas, segundo o artista.

“Já recebi o feedback de algumas pessoas que trabalham com a arte de diferentes vertentes e fiquei muito feliz com o que ouvi. Espero que o público aprove também. É de fato um trabalho novo, ainda que de longe pareça uma pintura, quem vê de perto, vai poder constatar a diferença”, detalha o artesão.

Quadro em arte de colagem que homenagem à vaqueirada do Boi Garantido (Reprodução/ Pedro Evangelista)

Por conta das poucas peças, ele explica que, por hora, a exposição das obras ficarão voltadas para o público local, mas em breve com mais peças produzidas ele pretende expor e vender para um público mais abrangente. Algumas peças já produzidas irão à venda e o preço será variado.

“São peças que demandam tempo, é tudo muito novo para mim, estou estudando a melhor forma de produzir e levar o nome da nossa Parintins para outros lugares por meio dos quadros e quem sabe participar de disputas voltadas à arte do colagismo. Quero que entendam que não são só obras bonitas, elas têm história, memórias, particularidades vindas de um povo que é artista por natureza”, finaliza.

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