Artistas brasileiros colorem Belém em galeria a céu aberto


Por: Fabyo Cruz

11 de novembro de 2024
Artistas brasileiros colorem Belém em galeria a céu aberto
Área do Museu de Arte Urbana de Belém (Maub) (Bruno Carachesti/Maub)

BELÉM (PA) – Artistas de diferentes partes do Brasil deram uma nova vida ao Complexo Ver-o-Rio, um dos principais espaços públicos turísticos de Belém, localizado no bairro do Umarizal. Ao todo, 27 artistas paraenses, amazônidas e de outras regiões brasileiras estiveram presentes na inauguração do Museu de Arte Urbana de Belém (Maub), nesse domingo, 10. Com 6 mil metros quadrados de painéis, o espaço agora é um dos maiores museus de arte a céu aberto da América Latina, que pode ser contemplado a qualquer momento por moradores e turistas.

Natural do Pará, a artista visual Drika Chagas, responsável por um dos murais mais marcantes da galeria, compartilhou a inspiração por trás de sua obra. “Eu sou artista visual, nasci em Belém e trabalho há uns 20 anos com arte urbana. Para esse mural no Ver-o-Rio, convido as pessoas a entrarem em uma dança ritual de apagamento do fogo, abordando as queimadas que tanto afetam nossa região”, explicou Drika, que construiu sua carreira a partir do imaginário amazônico e feminino.

Obra da artista visual Drika Chagas, no Complexo Ver-o-Rio (Fabyo Cruz/CENARIUM)

“Três personagens representam animais que perdemos devido às queimadas. É um convite à preservação do nosso bioma”, concluiu a artista. Ela ainda destacou a importância de um museu de arte urbana para Belém, afirmando que essa forma de arte permite um encontro direto com o público, “onde você não precisa entrar em uma instituição”.

Artista visual paraense Drika Chagas (Fabyo Cruz/CENARIUM)

Outro muralista de destaque no evento foi o amazonense Alessandro Hipz, cuja obra reflete a Amazônia urbana e ancestral. Autodidata e com forte conexão com o movimento Hip Hop, Alessandro criou uma obra que simboliza o encontro entre tradição e modernidade. “Sou de Manaus e estou muito feliz em fazer essa troca entre artistas da Amazônia e do Brasil inteiro. É um festival grandioso que coloca o Norte no mapa dos grandes festivais de arte urbana”, afirmou o artista.

Alessandro Hipz, artista natural do Amazonas (Fabyo Cruz/CENARIUM)

A obra de Hipz traz elementos indígenas, peixes e o uso da marchetaria — técnica de ornamentar as superfícies — representando a vida ribeirinha, conectando o passado amazônico ao presente. “Como artista urbano, minha ferramenta principal é o spray, e todo o meu trabalho é feito com ele”, completou.

Alessandro Hipz e sua obra no Complexo Ver-o-Rio, em Belém (Fabyo Cruz/CENARIUM)

Para os visitantes, o Maub representa uma nova oportunidade de ver Belém como um centro de arte urbana de qualidade. A arquiteta Ana Luísa, 24 anos, que visitou o evento pela segunda vez, celebrou a requalificação do espaço: “É inspirador ver um antigo espaço portuário ser revitalizado para a arte. Como arquiteta, é motivador ver que é possível reaproveitar esses espaços sem um viés imobiliário”, comentou.

Ana Luísa, arquiteta e visitante da exposição (Fabyo Cruz/CENARIUM)

Luiza Lux, coordenadora de produção do Maub, enalteceu a diversidade e o intercâmbio cultural proporcionado pelo projeto. “Estamos reunindo 27 artistas de todo o Brasil, incluindo nomes de Belém, da Amazônia, de São Paulo, do Rio de Janeiro, do Nordeste. É uma troca muito preciosa para esses artistas”, destacou. Ela também ressaltou o compromisso do Maub de oferecer um espaço de apreciação durante o ano inteiro, renovando-se a cada edição.

Coordenadora de produção do Maub, Luiza Lux (Fabyo Cruz/CENARIUM)

A inauguração também foi marcada por apresentações musicais que celebraram a cultura amazônica e nacional. Karen Francis, Anna Suav, Gigi Furtado, Pelé do Manifesto, Nick Dias, DJ Morcegão e Djonga animaram o público, encerrando o evento de inauguração com uma mostra de diversidade artística e cultural que reforça o papel de Belém como polo cultural e de resistência.

Show com as atrações Karen Francis e Anna Suav (Fabyo Cruz/CENARIUM)
Leia mais: Belém: Complexo Ver-o-Rio se torna museu a céu aberto com mural de 6 mil m²
Editado por Adrisa De Góes

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