Às vésperas do Natal, Ômicron faz companhias aéreas cancelarem mais de 200 voos nos EUA

No feriado de Natal, passageiros aguardam em longas filas para embarcar no Aeroporto Internacional de Los Angeles, nos EUA (Mario Tama/Getty Images/AFP)
Com informações do Estadão

SÃO PAULO – Às vésperas do feriado de Natal, as companhias aéreas United Airlines e Delta Air Lines anunciaram uma série de cancelamentos de voos. Os cancelamentos foram motivados pelo aumento de casos de Ômicron, nova variante do coronavírus, segundo as empreasas aéreas.

De acordo com  ambas empresas, vários funcionários de solo e tripulantes foram contaminados pelo vírus. Sem funcionários suficientes para as operações, cerca de 200 voos foram cancelados, sendo que são 120 cancelamentos da United e 90 da Delta.  

Ambas empresas afirmaram estar trabalhando para contatar passageiros para que não fiquem presos nos aeroportos. “Infelizmente, tivemos que cancelar alguns voos e estamos notificando os clientes afetados com antecedência sobre sua chegada ao aeroporto”, anunciou a United.

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Os cancelamentos de voos acontecem em um dos dias mais movimentados da temporada de Natal, em momento em que os Estados Unidos enfrentam uma forte onda de infecções por Covid-19, causada pela variante Ômicron que está deixando os hospitais sem leitos.  

A escassez de testes para identificação da covid-19 na época do Natal exacerba ainda mais a crise sanitária do país, já que farmácias não dispõem do material e os kits enviados pelo governo estão escassos.

O presidente Joe Biden, que como candidato criticou seu antecessor Donald Trump por suas falhas neste assunto, prometeu esta semana lançar mais centros de testes e distribuir 500 milhões de kits domésticos a partir de janeiro de 2022.

Em um centro federal de testes recém-inaugurado em Travers Park, em Nova York, as pessoas faziam longas filas enfrentando o frio invernal.

“Estava pensando em me encontrar com minha família, mas acho que posso testar positivo para a Covid-19, então não tenho certeza se posso encontrá-los”, disse Maria Félix, moradora do Queens, enquanto aguardava pelo resultado do exame.

Funcionários do governo também distribuíram testes aos residentes de Nova York, mas há apenas duas mil unidades reservadas para cada um dos cinco distritos de uma cidade de 8,4 milhões de habitantes, então esses itens continuarão escassos ainda por um tempo.

No entanto, não há indícios de que os atrasos nos testes desanimem os viajantes: a American Airlines, por exemplo, indicou que irá operar 5 mil voos diários entre 19 de dezembro e 1º de janeiro, o que representa 86% de sua capacidade em relação a 2019. “Há uma enorme demanda reprimida por viagens aéreas”, disse um porta-voz.

A American Automobile Association estima que 109 milhões de pessoas – um aumento de 34% em relação a 2020 – deverão pegar as estradas, embarcar em aviões ou usar outros meios de transporte em viagens entre 23 de dezembro e 2 de janeiro.

Ômicron supera a delta

Acredita-se que as festas de fim de ano aumentem os casos de Covid, já que a variante Ômicron, que sofreu forte mutação, está colocando os hospitais do país e o já esgotados profissionais de saúde em estado de alerta.

A cepa hoje é responsável por mais de 90% de todos os casos em algumas regiões dos Estados Unidos. Embora as primeiras indicações sugiram que sua taxa de casos graves seja menor, é de longe a versão mais infecciosa do vírus vista até o momento, o que significa que a vantagem de ser mais leve pode ser desconsiderada.

De acordo com a organização independente Covid Act Now, o número médio de novos casos a cada sete dias nos Estados Unidos é de 171 mil, quase ultrapassando o pico da delta registrado em setembro passado.

As unidades de terapia intensiva estão operando com mais de 90% da capacidade em muitas partes do país, de acordo com um rastreador oficial.

“Há mais pessoas em hospitais este ano, nesta época do ano, do que no ano passado”, disse John Carney, governador do estado natal de Biden, Delaware, em uma coletiva na qual anunciou que todas as cirurgias eletivas serão adiadas.

Na Nova Inglaterra, hospitais em Rhode Island e Massachusetts têm lutado para reter profissionais de saúde. Muitos deles foram embora devido à exaustão, segundo declaração de  Steve Walsh, CEO da Associação de Hospitais e Saúde de Massachusetts, ao Boston.com.

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) anunciaram uma nova diretriz para tentar superar a escassez de profissionais de saúde. Agora, é permitido que funcionários assintomáticos com teste positivo para covid retornem ao trabalho após sete dias de isolamento, uma redução em relação aos 10 dias anteriores.

Além disso, eles não precisam ser colocados em quarentena se forem expostos a um caso, desde que estejam vacinados e com uma dose de reforço.

Em Nova York, o prefeito Bill de Blasio anunciou uma redução nas comemorações da véspera de Ano Novo na Times Square. Para participar do evento totalmente ao ar livre, será necessário o uso de máscara e comprovante de vacinação.

Devido à falta de evidências, as autoridades de saúde dos Estados Unidos apostam em um alto nível de vacinação para moderar o número de casos graves de cobiça. Assim, os números da vacinação têm sido elevados ao longo da semana.

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