Assédio sexual: Anielle Franco confirma a ministros que foi vítima de Silvio Almeida
06 de setembro de 2024

Jadson Lima – Da Cenarium*
MANAUS (AM) – A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, confirmou a colegas nesta sexta-feira, 6, que foi vítima de assédio e importunação sexual praticada pelo ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. A Informação foi publicada pelo site Uol, citando fontes do alto escalão do governo federal.
Os ministros diretamente envolvidos com as negociações sobre o caso veem a demissão de Silvio Almeida como iminente. O ministro dos Direitos Humanos está sendo encorajado a entregar o seu cargo para se dedicar à própria defesa, para evitar um sangramento do governo em praça pública.

Lula cumpriu agenda na manhã desta sexta-feira, 6, no Estado de Goiás e retornou a Brasília no meio da tarde. Ele teve reuniões para tratar do caso com os ministros Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União; Vinicius Carvalho, da Controladoria-Geral da União; e Ricardo Lewandowski, da Justiça e Segurança Pública.
Também deve receber os ministros diretamente envolvidos na história: o próprio Silvio Almeida e Anielle Franco, da Igualdade Racial, que teria sido uma das vítimas de assédio.
Interlocutores no Palácio do Planalto afirmam que o próprio Lula já indicou a sua posição durante entrevista para uma rádio de Goiânia. O presidente afirmou que membros de seu governo que cometem assédio sexual não permanecerão no cargo.
Lula, no entanto, fez a ressalva de que daria a oportunidade a Silvio Almeida para se defender e que não tiraria de seu ministro o direito à presunção de inocência.
“O que eu posso antecipar para você é o seguinte: alguém que pratica assédio não vai ficar no governo. Eu só tenho que ter o bom senso de que é preciso que a gente permita o direito à defesa, à presunção de inocência. Ele tem o direito de se defender”, afirmou.
“Então é o seguinte: vamos ter que apurar corretamente, mas eu acho que não é possível a continuidade no governo, porque o governo não vai fazer jus ao seu discurso, à defesa das mulheres, inclusive dos direitos humanos, com alguém que esteja sendo acusado de assédio”, acrescentou.