Assessores do prefeito de Manaus que agrediram repórter são identificados
30 de agosto de 2024

Da Cenarium
MANAUS (AM) – Os integrantes da campanha do prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), que agrediram o repórter do site Radar Amazônico Adriano Santos, foram identificados como o fotógrafo Dhyeizo Lemos e o tenente Renato Araújo Mota. O primeiro fazia parte do quadro de servidores da Prefeitura de Manaus, com recebimentos superiores a R$ 6 mil até julho deste ano, e o segundo integra a Casa Militar, com remuneração maior que R$ 10 mil, até maio de 2024.
A agressão aconteceu no Auditório Nina Lins, na Universidade Nilton Lins, no bairro Parque das Laranjeiras, Zona Centro-Sul de Manaus, nessa quinta-feira, 29. Imagens mostram o segurança tentando arrancar o microfone da mão do repórter e o fotógrafo atingindo o profissional com o cotovelo.
Veja o vídeo:
De acordo com consulta feita na manhã desta sexta-feira, 30, no Portal da Transparência da Prefeitura de Manaus, o fotógrafo Dhyeizo Lemos integrava o quadro de servidores da Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom) desde janeiro de 2021, mês em que David Almeida assumiu o cargo de prefeito da capital amazonense.

O último pagamento ocorreu em julho deste ano, no valor líquido de R$ 10.598,11. Consulta ao Diário Oficial do Município (DOM) mostrou que, no dia 1° de agosto deste ano, o profissional foi exonerado, com assinatura do prefeito David Almeida.
Agora, ele integra a campanha eleitoral do mandatário municipal. A CENARIUM questionou o fotógrafo sobre a agressão e não teve retorno até a publicação desta matéria.


O tenente Renato Araújo Mota assumiu o cargo de subsecretário da Casa Militar também em janeiro de 2021, com remuneração líquida de R$ 10.004,36. Em junho deste ano, foi promovido a secretário municipal chefe da Casa Militar.

A última remuneração consta, no Portal da Transparência, no valor de R$ 1.948, 20, em junho de 2024. A reportagem questionou a Casa Militar sobre o servidor estar fazendo a segurança do prefeito durante a campanha eleitoral, enquanto continua como funcionário da instituição, e aguarda resposta.

Repercussão
A agressão ao repórter repercutiu nacionalmente, com a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) repudiando o caso. À CENARIUM, a presidente da associação, Katia Brembatti, alertou que profissionais da comunicação não devem ser impedidos de cumprir com seu trabalho.
“Jornalistas têm o dever de abordar políticos e fazer perguntas, como forma de representar a população, que tem o direito de ser informada”, destacou a presidente da Abraji, lembrando que as equipes que acompanham autoridades e candidatos precisam estar devidamente preparadas para lidar com multidões e, principalmente, com o atendimento da imprensa.
“As equipes que acompanham autoridades e candidatos precisam estar devidamente preparadas para lidar com multidões e, principalmente, com o atendimento da imprensa”, destacou.