Associação alertou sobre corrupção em mineração antes de operação da PF


Por: Jadson Lima*

20 de setembro de 2025
Associação alertou sobre corrupção em mineração antes de operação da PF
O presidente da AMIG Brasil, Waldir Salvador (Reprodução/AMIG Brasil, Freepik e PF | Composição: Paulo Dutra/CENARIUM)

MANAUS (AM) – O presidente da Associação dos Municípios Mineradores do Brasil (AMIG Brasil), Waldir Salvador, afirmou que a entidade denunciou o modus operandi da mineração brasileira que “tem uma cultura de sonegação, de corrupção, de distanciamento das comunidades e de falta de transparência”. A declaração foi registrada após uma operação da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União, realizada na quarta-feira, 17, mirar um esquema de crimes ambientais, corrupção e lavagem de dinheiro.

Segundo Salvador, a AMIG tem alertado e apresentado denúncias em diferentes instâncias do Legislativo, Executivo e Judiciário sobre práticas recorrentes no setor mineral. A associação afirma que há um padrão de atuação com impacto nas comunidades e nos cofres públicos.

A AMIG sempre alertou e denunciou ao País, nas mais diversas instâncias, no Legislativo, no Executivo e no Judiciário, o modus operandi da mineração brasileira, que tem uma cultura de sonegação, de corrupção, de distanciamento das comunidades e de falta de transparência“, disse.

A PF, durante a operação desta semana, prendeu o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Caio Mario Seabra. A ação contou com o apoio do Ministério Público Federal e da Receita Federal. O objetivo foi desarticular uma organização criminosa envolvida em fraudes ambientais e econômicas no setor de mineração.

PF cumpriu mandados de prisão e fez busca e apreensão em operação contra corrupção (Reprodução/PF)

Foram expedidos 79 mandados de busca e apreensão, 22 de prisão preventiva, além do afastamento de servidores públicos, bloqueio e sequestro de ativos no valor de R$ 1,5 bilhão e a suspensão das atividades de empresas investigadas. As medidas foram determinadas por um colegiado de magistrados da Justiça Federal em Minas Gerais.

De acordo com a investigação, o grupo teria corrompido servidores de órgãos de fiscalização e controle em níveis estadual e federal. As autorizações obtidas de forma irregular foram usadas para a exploração de minério de ferro em áreas protegidas e de relevância ambiental.

A Polícia Federal apura também a utilização de estratégias para interferir em fiscalizações, dificultar investigações e ocultar a origem dos recursos financeiros obtidos com a atividade ilegal. Os lucros apurados até o momento somam cerca de R$ 1,5 bilhão, com projetos vinculados à organização que podem alcançar R$ 18 bilhões.

Operação teve apoio de outros órgãos federais (Reprodução/PF)

A Agência Nacional de Mineração (ANM) se manifestou afirmando que “reitera seu compromisso com a legalidade, a transparência e a colaboração com as autoridades, sempre que formalmente demandada, observando o devido processo legal e a continuidade dos serviços regulatórios”. Os investigados poderão responder por crimes ambientais, usurpação de bens da União, corrupção ativa e passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e embaraço às investigações.

Leia mais: ‘Operação Hermes’ investiga crimes ambientais e mineração ilegal de ouro em sete Estados
(*) Com informações da assessoria

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