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Associações levam alimentos a famílias em situação de vulnerabilidade social no Pará
Pedro Pereira é um dos que cultivaram alimentos que foram distribuídos ( Rogério Assis/ISA)
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21 de setembro de 2021
Cassandra Castro – Da Cenarium
BRASÍLIA – É pelas mãos de beiradeiros, também chamados de ribeirinho, e indígenas que cerca de 600 famílias em situação de vulnerabilidade social no município de Altamira, no Pará, receberam cestas básicas com itens da floresta, produzidos sem o uso de agrotóxicos, entre eles, farinha de mandioca, abóbora, banana, cará roxo e macaxeira.
Esta doação faz parte de um projeto proposto pela Rede de Cantinas da Terra do Meio para a Companhia Nacional de Alimentos (Conab) e prevê a entrega de 30 toneladas de alimentos até 2022. A ação de distribuição dos alimentos acontece por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e é fruto de parceria com o Instituto Socioambiental (ISA) e apoio da União Europeia.
A produção é proveniente deáreas protegidas compostas por Terras Indígenas e Unidades de Conservação que vivem ameaçadas pelo desmatamento. É justamente ali, na chamada “Terra do Meio”, que os produtos “Vem do Xingu” são cultivados com técnicas ancestrais, em uma união de esforços de ribeirinhos e indígenas.
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De acordo com a coordenadora-adjunta do Programa Xingu – Terra do Meio, Fabíola Moreira, este trabalho é feito nas chamadas Redes de Cantinas, espaços que são mais do que simples entrepostos comerciais. “São estruturas que mobilizam os povos em torno de uma produção, em um lugar onde estão aparecendo tantas ameaças. Indígenas e ribeirinhos plantam e extraem borracha, castanha, babaçu, vivem do que a floresta produz”, disse.
Administração
A coordenadora conta que as Cantinas são administradas por pessoas eleitas pela comunidade, os cantineiros. As 27 cantinas existentes na área são espaços de troca e de formação, onde são passados conhecimento e onde os produtores podem escolher como querem ser pagos pelos produtos que cultivaram. Eles podem receber em produtos que necessitam, combustível ou em espécie.
A ideia desses espaços surgiu depois de uma longa história de preços baixos por produção e, demora no pagamento para ribeirinhos e indígenas, muitas vezes uma espera de três a seis meses pelo pagamento. Durante viagens feitas ao Estado do Acre, ribeirinhos conheceram este tipo de modelo de negócio e resolveram montar algo parecido para terem combustível, alimento, dinheiro, sem esperar por tanto tempo, relata Fabíola.
No caso de Pedro Pereira de Castro, ribeirinho da Reserva Extrativista Riozinho do Anfrísio, no Pará, os recursos vieram em boa hora. O lucro com a produção de mandioca e cará roxo cultivada por ele resultou na ajuda no orçamento doméstico e na compra de material escolar para os três filhos e os dois netos. O produtor também se sente feliz em poder colaborar com pessoas que estão mais necessitadas. “Quando você está fazendo e é de bom coração, tudo dá certo”, concluiu.
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