Ataque da Rússia a usina nuclear derruba mercados na Europa, nos EUA e no Brasil


04 de março de 2022
Dólar sobe com investidores buscando proteção após temor de catástrofe na Ucrânia (AFP)
Dólar sobe com investidores buscando proteção após temor de catástrofe na Ucrânia (AFP)

Com informações da Folhapress

São Paulo – Bolsas de todo o mundo desabam nesta sexta-feira (4) após uma madrugada de tensão quanto à possibilidade de uma catástrofe nuclear em novo episódio de agravamento da guerra na Ucrânia.

As forças militares da Rússia tomaram a usina de Zaporíjia, a maior da Europa, alvo de ataque que gerou um incêndio no local. Antes do fogo ser controlado, havia receio de uma explosão com impacto potencialmente dez vezes maior do que o do acidente na usina nuclear de Tchernóbil, também na Ucrânia, em 1986.

O presidente ucraniano Volodimir Zelenski declarou que uma eventual explosão na usina de Zaporíjia significaria o “fim de tudo, o fim da Europa”.

Às 12h20, o Ibovespa, índice de referência da Bolsa do Brasil, caía 1,28%, a 113.691 pontos. O dólar avançava 1,13%, a R$ 5,0850.

Na Europa, o índice que acompanha as 50 principais empresas da região que tem o euro como moeda mergulhava 4,01%. A Bolsa de Londres caía 2,67%. Em Paris o tombo era de 3,95%. Frankfurt afundava 3,81%.

Na abertura do mercado americano, os principais indicadores entravam rapidamente no vermelho. O S&P 500, referência para as ações negociadas em Nova York, perdia 1,23%. Os índices Dow Jones e Nasdaq recuavam 1,46% e 1,57%, nessa ordem.

Além dos impactos da guerra, investidores avaliam dados do governo que revelaram nesta sexta uma geração de empregos acima do esperado nos Estados Unidos. O aquecimento econômico reforça a expectativa de que o Fed (Federal Reserve, o banco central do país) poderá subir de forma agressiva os juros de referência. A medida é avaliada como potencialmente prejudicial aos mercados de ações.

O petróleo Brent disparava 4,7% no mercado internacional, cotado a US$ 115,65 (R$ 583,72) o barril.

Na Ásia, as bolsas de Tóquio, Hong kong e Xangai fecharam com quedas de 2,23%, 2,50% e 1,21%, respectivamente.

No Brasil, a expectativa é que a aversão ao risco provocada pela guerra, assim como a expectativa sobre a decisão do Fed, pressionem a alta da taxa de câmbio, segundo Fernanda Consorte, economista-chefe do Banco Ourinvest.

A divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro de 2021, também nesta manhã, ficou em segundo plano, de acordo com a economista.

Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura, avalia que a chegada do final de semana aumenta a pressão para a liquidação de ativos de risco, conduzindo assim o Ibovespa para um fechamento negativo, uma vez que em um cenário de guerra, os acontecimentos dos próximos dias são imprevisíveis.

“A piora no sentimento de risco, após o incêndio na usina nuclear de Zaporíjia ​, leva a uma postura de maior cautela nos mercados”, disse.

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