Ataques à ZFM e à CPI da Pandemia enfraquecem Bolsonaro no AM

O gesto destemperado de Jair Bolsonaro pode ter um alto custo político no Amazonas (Alan Santos/PR)
Via Brasília – Da Revista Cenarium

Medida do Desespero

Com o surto de raiva durante uma live em que fez ameaça dirigida à Zona Franca de Manaus (ZFM) e ao Amazonas, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deu a dimensão do seu desespero com o rumo das investigações da CPI da Pandemia. O gesto destemperado do presidente, no auge das pressões e das provas de omissão do governo federal durante a crise de oxigênio trazidas pelos senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Eduardo Braga (MDB-AM), pode ter um alto custo político no Amazonas. Afinal, mexer com a ZFM é crime de lesa-pátria, tema muito caro aos amazonenses.

Míngua ininterrupta

Antes mesmo da CPI, a última pesquisa publicada que mediu a aprovação de Bolsonaro no Amazonas revelou que seu eleitorado já vem num processo de míngua ininterrupta. Pela sondagem da empresa Perspectiva, publicada no dia 8 de março, Bolsonaro teria mais rejeição do que aprovação no Estado: 35,4% contra 31,2%. Isso num eleitorado que em 2018 dera a Bolsonaro mais de 60% dos votos no Estado. A mesma pesquisa apontou que, num confronto entre Lula e Bolsonaro, Lula teria a preferência dos amazonenses, com 38,3% das intenções de voto, contra 27,8% de Bolsonaro. O chilique presidencial sobre a ZFM coincide, ainda, com o anúncio recente, feito pelo ex-presidente Lula, de que concorrerá à Presidência da República.

Fora do 2º Turno

Considerado um analista político arguto, cujas previsões se confirmam com frequência, o ex-ministro e presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, disse em entrevista ao jornal Valor Econômico, que a pandemia, o desemprego e a economia poderão tirar Bolsonaro do segundo turno das eleições presidenciais. Definindo-se como independente, Kassab faz cálculos levando em consideração a escalada de mortes de Covid-19, que podem chegar, nos próximos meses, a 500 mil vidas perdidas. Em outra fala, ao programa “Manhattan Connection”, da TV Cultura, avaliou: “Levando em conta que cada vítima tem em seu raio de relações cerca de 100 pessoas, entre familiares e amigos, são 50 milhões de brasileiros atingidos com a tragédia. E Bolsonaro, certamente, errou na pandemia”.

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