Ativistas simulam corpos em frente à Zona Azul da COP30 em ato contra desigualdade climática


Por: Fabyo Cruz

10 de novembro de 2025
Ativistas simulam corpos em frente à Zona Azul da COP30 em ato contra desigualdade climática
Ativistas da "Dívida pelo Clima" protestaram no primeiro dia da COP30, em Belém (Fabyo Cruz/CENARIUM)

BELÉM (PA) – Ativistas da organização Dívida pelo Clima realizaram, na manhã desta segunda-feira, 10, um ato simbólico em frente à Zona Azul da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA), marcando o início das mobilizações populares durante o primeiro dia da conferência. O protesto reuniu militantes de diferentes países, que se deitaram no chão, cobertos por panos, como se fossem corpos sem vida. A encenação representou as vítimas das crises humanitárias e ambientais provocadas pela desigualdade global e pela falta de ação diante das mudanças climáticas.

Segundo a ativista da Dívida pelo Clima Lígia Machado, a performance simboliza a defesa dos direitos humanos e a luta contra o que o movimento define como “neocolonização financeira”. “Essas dívidas são absurdas, foram impostas pós-colonização e isso é uma forma de neocolonização. Nossa força vem do Sul Global para o Norte Global”, afirmou.

A ativista destacou, ainda, que a campanha exige que os países mais ricos cancelem as dívidas impostas ao Sul Global, entendidas pelo grupo como uma continuação das relações desiguais de poder estabelecidas desde o período colonial.

Durante o ato em Belém, cartazes e faixas com frases em português, espanhol e inglês pediam “justiça climática” e “cancelamento das dívidas do Sul Global”. O protesto também contou com representantes de movimentos latino-americanos que chegaram à capital paraense em caravanas vindas da Mesoamérica, incluindo ativistas do México, que participam das ações articuladas pela organização ao longo da COP30.

Lígia Machado afirmou que novas manifestações estão previstas para os próximos dias, em diferentes pontos da cidade. “O nosso movimento está presente durante toda a COP30. Buscamos chamar atenção para as pessoas que tombaram na luta pela defesa dos direitos humanos, dos direitos de todas as pessoas no mundo”, disse a ativista. Segundo ela, a organização continuará promovendo atos públicos, debates e intervenções artísticas como parte de sua agenda de mobilização global.

A Dívida pelo Clima é um movimento internacional que denuncia o papel das instituições financeiras e das nações do Norte Global na perpetuação de crises sociais, econômicas e ambientais no Sul Global. O grupo defende que os países historicamente mais poluidores assumam responsabilidades financeiras e políticas pela crise climática, compensando os danos causados às populações mais vulneráveis.

COP30 começa em Belém

A partir desta segunda-feira, 10, Belém se torna a capital temporária do Brasil e, sobretudo, o centro das negociações globais sobre mitigação e adaptação às mudanças climáticas, além dos investimentos necessários para viabilizar essas ações. A 30ª Conferência das Partes (COP30) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês) segue até 21 de novembro.

Realizada pela primeira vez na Amazônia, bioma com a maior biodiversidade do planeta e essencial para a regulação do clima global, a COP30 carrega o desafio de recolocar a crise climática no centro das prioridades internacionais.

Participantes chegam para a 30ª Conferência das Partes (COP30) (Aline Massuca/COP30)

Segundo informações da presidência da conferência, delegações de 194 países e da União Europeia (UE) confirmaram participação. A capital paraense deve receber mais de 50 mil visitantes, entre negociadores diplomáticos, cientistas, representantes de governos, organizações da sociedade civil e movimentos sociais.

Leia mais: Confira significado dos termos sobre clima e negociação na COP30
Editado por Adrisa De Góes

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