Atletas usam acessórios com gelo para aguentar verão japonês de 40º
24 de julho de 2021
O maratonista Paulo Robertose refresca com boné e colete com gelo (Lucas Mazzo/COB)
Com informações do O Globo
TÓQUIO — O calor tem sido um castigo para os atletas nos Jogos Olímpicos de Tóquio. O verão japonês, quente e úmido, já era uma preocupação para a delegação brasileira que se programou para chegar com antecedência para a aclimatação ao fuso horário e aos termômetros. Para amenizar o calor, sempre acima dos 30 graus mas com sensação térmica de 40 graus, o Comitê Olímpico o Brasil (COB) disponibiliza cerca de 50 coletes, bonés e colares, que são recheados com gelo.
Os acessórios são usados, principalmente para os atletas dos esportes outdoor. Em diversas instalações, como no centro principal de mídia, no estádio do hóquei sobre a grama e no remo, há esguichos de água, que parecem jogar uma garoa. E já no primeiro dia de disputas, antes mesmo da Cerimônia de Abertura, teve atleta passando mal de calor. A russa Svetlana Gomboeva, do tiro com arco, foi uma delas. Precisou ser atendida e chegou a cair no chão por causa do forte calor.
“Descobri que o nosso maior adversário vai ser o calor e não os atletas. Está muito quente, sério. Vai ser muito puxado. É beber muita água e força na peruca” desabafou a skatista Letícia Bufoni, que estreia na segunda-feira no Ariake Urban Sports Park.
Com sensação térmica de 40 graus no Shiokaze Park, neste sábado, 24, Alison e Álvaro Filho confirmaram o favoritismo e venceram a dupla argentina formada por Azaad e Capogrosso, na estreia nos Jogos. A dupla tem usado os coletes com gelo antes durante e depois dos jogos. Há ainda atenção especial à hidratação.
“Está realmente muito quente, A umidade está muito alta e já sabíamos que seria assim, ainda mais jogando nesse fim de manhã, com sol forte. Durante os treinos já dava para imaginar como seria. Há dois anos, jogamos uma etapa aqui na mesma época e já estava muito abafado, muito seco. Estamos colocando gelo no colete que usamos no banco, para tentar diminuir um pouco a temperatura do corpo”, falou Alison.
Na arena do remo, os atletas se aquecem em área aberta, com toldo e ventilador que joga vapor d’água. Japoneses que trabalham no evento costumam andar com ventiladores pequenos nas mãos e usam ainda toalhinhas para secar o suor.
Lucas Verthein nem saiu do barco e já colocou o colete recheado de gelo para refrescar após a sua prova do single skiff, no Sea Forest Waterway, em Odaiba, na Baía de Tóquio. Na estreia ele remou no calor das 8 horas da manhã. E neste domingo, 25, disputará as quartas-de-final às 12h10.
“É o famoso verão carioca. E muitas vezes a sensação é pior do que a no Rio. A umidade é alta e acaba sendo bem desgastante. Senti bastante e independente do clima, da água, do vento e do calor, vou para cima”, falou Lucas que pretende usar o acessório no Brasil também.
As altas temperaturas eram motivo de preocupação das autoridades e do Comitê Organizador. Em novembro de 2019, eles anunciaram a mudança das provas de maratona e marcha atlética de Tóquio para Sapporo, na província de Hokkaido, que é a capital dos esportes de inverno do país.
O maratonista Paulo Roberto de Paula, de 42 anos, também aprovou o uso do colete. Logo após o treino da manhã, desta sexta-feira, após correr 20 quilômetros com o sol na cabeça, em treino em Saitama, ele foi logo colocando o acessório e mais um boné. Paulo se prepara para disputar sua terceira Olimpíada, após o oitavo lugar em Londres-2012 e o 15.º no Rio.
“Sou de Presidente Prudente (SP), que é quente, então estou mais acostumado e acho que sinto menos. Treinei bem mesmo nesse calor, correndo 20 quilômetros em pista de 400 metros, dando volta. Posso dizer que estou preparado para obter o melhor resultado da minha vida, apesar do tempo quente e mesmo com 42 anos”, diz o atleta, que competirá no dia 8 de agosto.
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