Aumento de casos prováveis de dengue deixa Roraima em alerta


Por: Ian Vitor Freitas

10 de janeiro de 2025
Visitas são realizadas por meio da UVCZ, visando eliminar focos do mosquito da dengue (Composição de Paulo Dutra/Cenarium|Foto de Semuc-RR)
Visitas são realizadas por meio da UVCZ, visando eliminar focos do mosquito da dengue (Composição de Paulo Dutra/Cenarium|Foto de Semuc-RR)

BOA VISTA (RR) – Roraima, Estado brasileiro na fronteira com a Venezuela, registrou um aumento de 227% no número de casos prováveis de dengue em 2024, quando comparado com o ano de 2023. A informação é do Núcleo de Controle da Febre Amarela e Dengue do Estado.

Os dados são reflexos do cenário nacional, que conforme o Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde do dia 10 de janeiro de 2025, o País registrou no ano passado um total de 6.644.336 casos prováveis da doença.

Conforme a técnica da Coordenadoria Geral De Vigilância em Saúde (CGVS), Rosangela da Silva, em 2023 os municípios de Roraima notificaram 228 casos prováveis, enquanto que em 2024 este número chegou a 747.

“Nas últimas 4 semanas epidemiológicas de 2024, o aumento de aumento em relação ao ano de 2023 vem se mantendo, o que nos deixa em alerta considerando que os dados do último Levantamento Rápido de índices para o Aedes aegypti (LIRAa/LIA), realizado no início de dezembro, aponta que 4 municípios estão em alto risco para epidemia de dengue e 8 com médio risco”, disse.

Entre as medidas implementadas pelo Núcleo de Controle da Febre Amarela e Dengue para combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti está o fortalecendo a capacidade técnica de resposta dos municípios, com capacitação, aquisição de equipamentos, supervisão e acompanhamento das atividades de campo presencialmente.

Confira as ações realizadas:

  • Foram adquiridas e repassadas aos municípios equipamentos para realização de ações de bloqueio vetorial sempre que um caso for notificado;
  • Foram realizadas 23 capacitações em Manejo Clínico das arboviroses para os profissionais dos 15 municípios do Estado;
  • Elaboração do Plano de Contingência do estado, que serve como instrumento de orientação aos municípios.
Principais desafios e expectativas para 2025

Para Rosangela, o principal desafio enfrentado pelo Estado para controlar a propagação da doença está relacionado com a continuidade das ações desenvolvidas pelos municípios, em especial neste início de ano, já que houve mudanças de gestões municipais.

“Há uma grande rotatividade de profissionais que atuam no campo no controle de vetores e que dependendo da gestão, pode haver mudanças de toda equipe, o que vai produzir uma quebra no trabalho de rotina. O controle da doença é feito através das ações de redução do índice de infestação pelos municípios, que pode ser feito durante as visitas domiciliares, ou através de ações educativas, mutirões de limpeza e mobilização social, além dos bloqueios frente a notificação de casos suspeitos”, destacou.

A técnica ainda alerta que a preocupação aumenta devido às condições que o País se encontra sobre o número de casos da doença. Por esse motivo, ela reforça que o papel da sociedade é fundamental para evitar que o número aumento ao decorrer dos meses.

“O que podemos fazer é contar com a participação da população em dispensar 10 minutos diariamente da sua rotina e fazer uma vistoria no seu quintal buscando eliminar qualquer objeto que possa acumular água parada, lavar com esponja e sabão os depósitos que acumulam água para consumo da residência e também os bebedouros de animais domésticos, evitando assim a proliferação do Aedes”, reforçou.

Índices em Boa Vista

Em Boa Vista, a diferença de notificações da doença foi de mais de 1250 casos, em comparação entre os anos de 2023 e 2024. Diante da situação, a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) repassou algumas medidas de prevenção realizadas pela Prefeitura de Boa Vista.

Dentre as medidas estão as visitas periódicas realizadas por meio da Unidade de Vigilância e Controle de Zoonoses (UVCZ) em bairros de Boa Vista, visando eliminar focos do mosquito Aedes, além de realizar ações de educação em saúde junto aos moradores.

A UVCZ também realiza bloqueios em casos notificados com o intuito de diminuir os casos da doença na área onde houve o caso suspeito ou confirmado da doença. O bloqueio é realizado com a visita domiciliar dos Agentes de Endemias (ACE), para eliminação mecânica dos criadouros. Depois, outra equipe vai ao local para a realização da borrifação domiciliar (eliminação química), que mata o mosquito adulto do Aedes.

Por fim, a recomendação é que a população realize vistorias semanais em suas residências para eliminar focos do mosquito, receber os agentes que estarão devidamente uniformizados para sua identificação e, caso percebam algum foco que não conseguem eliminar, entrar em contato com o canal 156.

Leia mais: Ministério da Saúde cria ações para combate ao período de alta da dengue
Editado por John Britto

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