Autoexposição nas redes sociais facilita golpes cibernéticos, diz especialista

Crimes de invasão em equipamentos de informática aumentam em Manaus (Criação Cenarium)

Vanessa Taveira – Da Revista Cenarium

MANAUS – As notificações do crime de invasão remota de dispositivos como computadores e telefones celulares, os chamados crimes cibernéticos, bateram recorde até julho, em Manaus, superando em 16,5% o total de Boletins de Ocorrência (BOs) registrados ao longo de todo o ano passado, conforme dados da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM).

O crescimento de casos acende o alerta para os cuidados com a exposição de dados pessoais na internet. As vítimas da maioria desses golpes são selecionadas a partir de perfis contendo fotos e dados pessoais, publicados por elas mesmas nas redes sociais e em sites de compra e venda.

O delegado Aldeney Goes, titular da Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (Derfd), da Polícia Civil do Amazonas, diz que a maior parte dos casos que chega para investigação segue o mesmo roteiro. “Após expor telefones e outros dados pessoais, a vítima recebe uma ligação e acaba sendo convencida a repassar códigos que autorizam a invasão do equipamento”.

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Os casos mais frequentes registrados na capital do Amazonas se referem à clonagem da conta do aplicativo de mensagens instantâneas WhatsApp. Ao enganar o proprietário da linha, os golpistas passam para a próxima etapa do plano: enviar mensagens para os contatos vinculados àquela conta pedindo dinheiro.

“O estelionatário identifica a vítima na rede social dela ou em anúncios no OLX, por exemplo. Ao contatá-la, o criminoso faz referência ao produto que aquela pessoa quer vender, diz que localizou em duplicidade e que vai ser preciso apagar, a menos que a vítima siga alguns passos. É a senha para ele habilitar a conta em outro aparelho e sequestrá-la”, disse Goes.

A vítima só percebe que caiu no golpe quando começam as primeiras ligações de familiares e amigos, fazendo referência a depósitos e transferências financeiras. Se proteger desses crimes é uma medida que deve ser adotada não só por quem expõe os dados, mas também na própria dinâmica das relações de contato por aplicativos de mensagens.

Prevenção

Para evitar que o aparelho seja clonado ou invadido, a orientação é ativar a verificação em duas etapas, disponível pelo provedor de mensagens instantâneas, adquirir um antivírus e reduzir a exposição de informações pessoais nas redes sociais.

No caso das vítimas conexas, aquelas que acabam tendo prejuízos financeiros ao transferir dinheiro para contas falsas, a maior recomendação é confirmar a veracidade do pedido de transferência financeira. Um simples telefonema pode evitar prejuízos enormes.

Dados

A SSP-AM informa que, de janeiro até julho, foram registrados 302 casos de invasão de dispositivo informático. No mesmo período do ano passado, foram 89 ocorrências. Em 2019, os crimes desta natureza somaram 252 notificações.

Denúncias e Registros

O registro dos crimes cibernéticos deve ser feito por meio de Boletim de Ocorrência no site  da Delegacia Interativa (www.delegaciainterativa.am.gov.br) ou quem tiver informações que possam auxiliar na elucidação desses casos pode ligar de forma anônima para o 181, o disque denúncia da SSP-AM.

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