Autoridades criticam declaração de Trump em defesa de Bolsonaro


Por: Lucas Thiago

07 de julho de 2025
Autoridades criticam declaração de Trump em defesa de Bolsonaro
Declarações de autoridades brasileiras ocorreram após publicação de Donald Trump (Composição: Paulo Dutra/CENARIUM)

MANAUS (AM) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outras autoridades brasileiras, como o Advogado-Geral da União, Jorge Messias, além de ministros e congressistas criticaram, nesta segunda-feira, 7, a declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em publicação na própria plataforma, o republicano criticou o que classificou como “tratamento terrível” a Bolsonaro.

A reação do primeiro escalão foi imediata. O AGU da atual gestão federal postou duras criticas às falas do presidente americano e disse que o Brasil é um País soberano. “Este governo não aceita tutela, nem admite pressões externas que tentem ditar os rumos do País, e muito menos tolerará pressões indevidas contra nossas instituições democráticas”, escreveu o advogado-geral da União, que tem status de ministro.

Advogado-geral da União, Jorge Messias, rebateu declarações de Trump (Reprodução/Instagram)

Responsável pela articulação política do Governo Lula com o Congresso Nacional, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), também foi às redes sociais criticar a postura de Trump. Em publicação no X, ela afirmou que Bolsonaro responde “pelos crimes que cometeu contra a democracia” e reafirmou que o Brasil é um “País soberano”.

“Ele responde pelos crimes que cometeu contra a democracia e o processo eleitoral no Brasil. Não se pode falar em perseguição quando um país soberano cumpre o devido processo legal no estado democrático de direito, que Bolsonaro e seus golpistas tentaram destruir”, disse a ministra em uma rede social.

Gleisi Hoffmann também afirmou que Trump está “muito equivocado se pensa que pode interferir no processo judicial brasileiro”, e que o Brasil deixou de ser um País “subserviente aos Estados Unidos”. “O tempo em que o Brasil foi subserviente aos EUA foi o tempo de Bolsonaro, que batia continência para sua bandeira e não defendia os interesses nacionais”, declarou. Veja:

Ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, usou as redes sociais para criticar Trump (Reprodução/X)

O presidente Lula também se pronunciou sobre as declarações do americano. Em um discurso, ele pediu que Trump “não palpite sobre nossa vida” e afirmou que é “equivocado e irresponsável” que um chefe do Executivo de outro País fique “ameaçando outros em redes sociais”. O mandatário brasileiro também mencionou soberania e disse que que não “aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja“.

“Esse País tem lei, tem regra e esse País tem um dono chamado povo brasileiro. Portanto, de palpite na sua vida e não na nossa. A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um País soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja. Possuímos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei. Sobretudo, os que atentam contra a liberdade e o estado de direito”, apontou Lula.

Discussão

Nas redes sociais, outra reação a Trump foi feita pelo deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP), que rebateu o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que havia se posicionado a favor de Trump. Em outra publicação, o parlamentar afirmou que a declaração do presidente americano é uma afronta à soberania nacional. “Não somos quintal de ninguém. Donald Trump que vá cuidar do seu País e da sua ficha corrida. Do golpista, cuida o povo brasileiro!”, disse o parlamentar. Veja posts:

Deputado federal alinhado com o Planalto rebateu governador de SP (Reprodução/X)
Guilherme Boulos reagiu a Trump (Reprodução/X)
Réu

Bolsonaro é réu na ação penal do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga a trama golpista após as eleições de 2022. Ele é acusado por cinco crimes como: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

Leia mais: ‘Malucos’, diz Bolsonaro sobre apoiadores que pediam intervenção
Editado por Jadson Lima

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