‘Avisamos ao presidente que interferir na Petrobras teria um custo econômico pesado’, afirmou Guedes


16 de março de 2021
‘Avisamos ao presidente que interferir na Petrobras teria um custo econômico pesado’, afirmou Guedes
Este é o primeiro aumento depois da saída de Roberto Castello Branco da presidência da empresa (Reprodução/Petrobras)

BRASÍLIA – O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira, 16, que a interferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Petrobras gerou um “custo econômico pesado” e que o problema criado com a estatal ainda “é uma questão em aberto”.

“O que dissemos ao presidente é que isso tem um custo econômico pesado. Se o objetivo era baixar o preço do combustível, o que aconteceu foi que os mercados começaram a subir o câmbio, a Petrobras perdeu valor”, ​disse o ministro em entrevista à CNN Brasil.

“E o presidente mesmo falou que quer fazer isso organizadamente. Ai mostrou-se ao presidente que tem contratos, e o presidente da Petrobras não terá seu contrato renovado. Por que? Quer se mexer nessa governança? Isso é uma questão em aberto ainda para o futuro. Vamos ver como o novo presidente da Petrobras vai enfrentar esse problema aí na frente”, afirmou.

O ministro disse ser natural que o político se preocupe com a base eleitoral formada pelos caminhoneiros. Segundo ele, os governos Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) interferiram na governança da Petrobras.

Em fevereiro, após reclamar dos reajustes de preços dos combustíveis, Bolsonaro pediu a saída do presidente da estatal, o liberal Roberto Castello Branco, indicando em seu lugar o general Joaquim Silva e Luna.

Nos dias seguintes à interferência, indicadores do País se deterioraram e o valor de mercado da Petrobras chegou a cair R$ 100 bilhões.

Está prevista para o dia 12 de abril uma assembleia geral de acionistas da estatal para debater a aprovação do nome de Silva e Luna e outros indicados pelo governo para o conselho de administração.

Na entrevista, Guedes afirmou ainda que a Operação Lava Jato não foi uma ficção. “Se milhões foram devolvidos, milhões foram roubados”, disse. “E, realmente, tinha uma grande liderança política à frente disso tudo”.

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