Barroso afirma que críticas a viagens de ministros do STF são ‘implicância’

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira (Reprodução YouTube)
Da Revista Cenarium*

SÃO PAULO – Luís Roberto Barroso, ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nessa segunda-feira, 10, haver implicância nas críticas aos custos pagos em viagens aos membros da corte.

Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, ele afirmou não haver exigência legal nem regimental para transparência de agenda dos magistrados, de modo que cada ministro pode escolher se torna públicas suas atividades, e que não há nada de irregular nessas decisões individuais.

Barroso disse, ainda, não achar prioritária a discussão de um código de ética para os membros da corte, como fez a Suprema Corte dos Estados Unidos. “Não acho que seja uma assombração, mas se há uma percepção negativa da sociedade então é possível que haja discussão interna.

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O presidente da corte saiu em defesa dos gastos com a segurança dos magistrados, alegando haver uma incompreensão no tema. Disse que autoridades, como os presidentes da República, da Câmara dos Deputados e do Senado utilizam agentes de segurança para locais privados e que não é possível regular a vida privada deles.

Se um ministro for agredido fisicamente, tomar um tiro durante um jogo de futebol ou em uma sessão do Supremo, a fratura institucional é igual“, alegou.

Barroso disse que surgiu um tipo de agressividade que não existia na sociedade brasileira, reiterando o que afirmava a nota divulgada pela corte na última quinta-feira, 6, após a revelação de que um segurança de Dias Toffoli recebeu R$ 39 mil em diárias internacionais por viagem ao Reino Unido que incluiu a ida do ministro à final da Champions League, no último dia 1º.

O texto dizia que até recentemente os membros da corte circulavam sozinhos, algo que deixou de ser possível devido a hostilidade e a agressividade contra os ministros, fomentada nos últimos anos. O texto, apesar disso, não fazia referência à pressão por transparência nos gastos com diárias e passagens.

Na entrevista nesta segunda, Barroso afirmou haver incompreensão explorada recentemente e que há um preconceito com empresários.

Ele alegou que os magistrados da corte conversam com vários setores da sociedade, citando comunidades indígenas, jornalistas e sindicalistas, mas apenas em conversas com empresários são vistas como negativas.

Disse ainda que todos os interesses da sociedade brasileira chegam ao Supremo e que reuniões com estes setores da sociedade não implicam em decisões carentes de objetividade ou independência.

Já fui a eventos fora, não de empresas específicas, mas de organizações que reúnem empresários e considero uma ótima oportunidade de conversar com essas pessoas, ouvir essas pessoas, como eu converso regularmente com jornalistas, com comunidades indígenas.

É um equívoco achar que as pessoas chegam a essa altura da vida disponíveis a qualquer tipo de sedução como uma passagem para ir à Europa ou um hotel de qualidade. A maior parte das pessoas que está lá tem toda condição de ir sem ser convidado“, concluiu o magistrado.

Leia a matéria na íntegra neste link.

(*) Com informações da Folhapress
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