Barroso defende atuação de Moraes: ‘Conjuntura de risco grave à democracia’
14 de agosto de 2024

Jadson Lima – Da Cenarium
MANAUS (AM) – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, classificou como “tempestade fictícia” a revelação de que Alexandre de Moraes teria solicitado relatórios fora do rito oficial da Justiça. Esses documentos embasaram decisões contra bolsonaristas investigados no STF. A declaração foi feita durante a abertura da sessão da Corte Suprema nesta quarta-feira, 14.
Na terça-feira, 13, o jornal Folha de São Paulo publicou uma reportagem detalhando a atuação do gabinete de Moraes no STF junto à cúpula da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED), um setor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entre agosto de 2022 e maio de 2023. Mensagens indicam que o assessor de Moraes no STF pediu ao chefe da AEED, via WhatsApp, informações sobre investigados em forma de relatórios.
“Como as informações eram do presidente do TSE para o condutor do inquérito – presidido no STF por Moraes – elas não eram formalizados no momento da solicitação, por isso havia algumas solicitações informais. Mas, quando as informações chegavam, elas eram imediatamente formalizadas, inseridas no âmbito do processo e dada a vista ao Ministério Público Federal (MPF)”, disse Barroso.

O presidente do STF destacou também que o Brasil viveu uma conjuntura adversa em que influenciadores e políticos protagonizavam ataques à democracia, à lisura das eleições e, posteriormente, à posse do presidente eleito, além de inflamar seus seguidores a promover ameaças contra as autoridades do Judiciário.
“Nós não podemos rever a história esquecendo o que passou e o que tivemos que enfrentar neste País, infelizmente, em ciclos de atraso que acreditávamos já ter superado”, afirmou Barroso.