Base governista tenta ‘estancar sangria’ de CPI da Covid com votação de pautas frias

À esquerda Lira, Bolsonaro no centro e Pacheco à direita (Reprodução/Internet
Via Brasília – Da Revista Cenarium

Estancar Sangria

Há pelo menos 11 dias o roteiro se repete. Para “estancar a sangria” em sua imagem, o governo federal usa de forma recorrente “pautas positivas” na tentativa de reduzir o noticiário negativo da CPI da Pandemia. A cada nova denúncia posta, um factoide. No dia do depoimento “bomba” dos irmãos Miranda, o ministro da Economia, Paulo Guedes, saiu-se com alguns escritos mal finalizados, de última hora, para apresentar mais uma fatia da proposta de reforma tributária.

Na ocasião, alguns líderes do Congresso acusaram que o movimento não passou de uma “cortina de fumaça”. Hoje, o raciocínio é unânime: o que veio até agora de tributária foi feita de afogadilho, sem discussão transparente com os setores envolvidos e desagrada a gregos e troianos.

Clima terrível

No mercado financeiro, um analista de uma empresa líder no ramo, em reunião reservada com demais atores, chegou a classificar como “terrível” os textos das propostas da criação da CBS e das mudanças no IR. Ao admitir que a taxação de dividendos e dos fundos fechados – para milionários- é uma pauta importante, acrescentou que a sua extensão aos fundos imobiliários pode quebrar um setor que emprega muito. Evidente que já se imaginava que o mercado financeiro espernearia com aumento da carga tributária.

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Só não se imaginava é que seria geral contra a disposição do governo de aprovar a toque de caixa uma reforma importante sem uma discussão sobre prazos de transição para as mudanças no sistema tributário.

Fiesp desaprova

A contrariedade surge de todos os lados e alcança os salões acarpetados da poderosa Fiesp, braço do empresariado paulista. Na avaliação destes, a CBS “mata o comércio” e não promove a prometida simplificação e neutralidade tributária.

Ao contrário, acham que a proposta tende a tornar o sistema ainda mais complexo. Já uma importante liderança política diz que pouca gente no parlamento aposta na aprovação de nenhuma das fatias da reforma tributária antes do recesso, como quer o governo. Porém, com um potencial de R$ 11 bilhões em caixa, das chamadas emendas RP9 – as chamadas emendas de relator, ninguém também põe a mão no fogo diante de tamanha sedução.

Em busca de Auxílio

Voltando aos factoides, o da vez foi o anúncio da prorrogação do auxílio emergencial por mais três meses no mesmo dia em que novas denúncias surgiram, agora de suposto esquema de “rachadinha” no gabinete do então deputado Jair Bolsonaro. Junte-se a essa sequência as propostas de reajuste dos servidores e o financiamento de casas para policiais militares. Por mais que Bolsonaro se agarre às pautas populistas, o sentimento na base governista é de que versão da cobrança de propina na compra de vacinas ainda domina as manchetes e as “rachadinhas” estão ganhando tração popular.

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