Bebês da etnia Yanomami são internados em São Gabriel da Cachoeira, no AM

Quatro bebês Yanomami chegaram desidratados ao hospital de São Gabriel da Cachoeira (Raquel Uendi/ISA)

Da Revista Cenarium*

MANAUS – Cinco bebês Yanomami foram levados às pressas de helicóptero a São Gabriel da Cachoeira neste final de semana. No domingo, 9, quatro indígenas chegaram no município a 852 quilômetros da capital amazonense com um quadro severo de desidratação. Três deles foram diagnosticados com Covid-19 e um ainda é tratado como caso suspeito, já que o pai foi contaminado. Um dia antes, uma menina de um ano e oito meses foi internada com quadro de pneumonia e Covid-19.

Na chegada ao hospital, as quatro mães Yanomami foram recebidas pelo pediatra de plantão, José Antonio Candeia, do Hospital de Guarnição (HGU). “Quem levou esse vírus para lá, meu Deus?”, questionou o médico ainda na recepção.

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Acompanhados pela enfermeira do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), Yanomami Eliane Sanches, intérprete da língua nativa diz que os bebês foram internados com diarreia e vômito. Segundo ela, são os “sintomas de Covid-19 que as crianças de Maiá estão apresentando”.

Além dos cinco bebês transferidos, outras seis crianças estão internadas na aldeia Maiá, com administração de soro, segundo Patrícia Nunes, do DSEI-Yanomami. Ainda não há diagnóstico de Covid-19, mas todas têm sintomas da doença, afirmou a enfermeira pelo telefone público da comunidade.

Caso nacional

Em 9 deste ano, o adolescente Alvanei Xirixana, 15, havia morrido em um hospital de Boa Vista (RR). Ele morava longe de Maturacá (a Terra Indígena Yanomami inclui parte dos estados de Amazonas e Roraima e abriga cerca de 27 mil pessoas).

Apesar de ter uma base do Exército, a região de Maturacá é rota de garimpeiros ilegais, muitos deles cruzando para garimpos clandestinos na Venezuela. Organizações indígenas estimam que haja 25 mil garimpeiros ilegais dentro do território ianomâmi.

Com 9,6 milhões de hectares, a TI Yanomami é a maior terra indígena do Brasil. Foi homologada em 1992, pelo então presidente Fernando Collor.

(*) Com informações da Funai

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