Bilionário Elon Musk pretende usar tecnologia para solucionar problemas neurais

Elon Musk criou a Neuralink em 2016, voltada para pesquisa médica, criando chips que podem ajudar pacientes em tratamentos (Reprodução)
Matheus Pereira – Da Revista Cenarium

MANAUS – O bilionário norte-americano Elon Musk, CEO da Tesla, pretende, por meio da Neuralink, conectar a tecnologia do cérebro dos seres humanos com máquinas e resolver problemas neurais como paralisia, depressão, insônia, vícios e derrames. A tecnologia funciona por meio de estímulos elétricos enviados ao cérebro por um chip, que contém eletrodos capazes de detectar a atividade de neurônios.

Durante apresentação do andamento do projeto em agosto de 2020, Musk mostrou que os seres humanos precisam de um dispositivo cerebral viável para ajudar a contornar problemas neurológicos adquiridos com o passar do tempo ou em acidentes e sequelas de doenças. São eles: perda de memória; perda de audição; cegueira; paralisia; depressão; insônia; dor extrema; convulsões; ansiedade; vícios; derrames e danos cerebrais.

O projeto foi inicialmente apresentado pelo bilionário em julho de 2019, quando ele mostrou como estava o andamento das pesquisas da Neuralink. A empresa foi fundada ainda em 2016, voltada para pesquisa médica, criando chips que podem ajudar pacientes em tratamentos. Em setembro do mesmo ano, Musk deixou claro o seu desejo de criar uma forma de integrar tecnologia a inteligência humana com a artificial, literalmente conectando o cérebro ao computador.

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Evolução

Ainda em 2019, Elon Musk e sua equipe revelaram que o chip seria armazenado em um cilindro selado, que media 4 mm por 4 mm e seria instalado atrás da orelha. Esse conceito não era novo, já que já tinha sido utilizado ainda em 2012, pela empresa BrainGate, quando pacientes com paralisia conseguiram controlar um braço robótico usando apenas os impulsos nervosos do cérebro.

Dispositivo seria inicialmente instalado atrás da orelha (Reprodução/Neuralink)

Já no evento de apresentação em 2020, o bilionário apresentou a evolução do dispositivo, que se tornou mais discreto, no entanto, mais invasivo. O que antes era conectado atrás das orelhas, com os eletrodos percorrendo um caminho até o cérebro, agora é um implante que fica localizado no topo da cabeça. O executivo contou ainda que o chip será capaz de além de fazer o monitoramento de saúde do usuário, também de executar funções do dia a dia, como colocar música para ouvir, por exemplo.

O dispositivo mede 23 mm x 8 mm, é incorporado ao crânio e sua bateria dura um dia inteiro, sendo preciso carregar apenas à noite. A instalação do chip, que tem o formato e tamanho de uma moeda, é feita por meio de uma cirurgia realizada por um robô desenvolvido pela própria Neuralink.

Chip passou a ser não visível e implantado no topo do crânio (Reprodução/Neuralink)

Ainda sem testes em humanos

O chip vem sendo testado em porcos e macacos, mas ainda não em humanos. A Neuralink levou à apresentação três porcos: um sem o implante, um que teve o implante retirado e um com o implante instalado há dois meses. O objetivo foi mostrar que o comportamento dos três porcos estavam iguais, que mesmo se o paciente decidir retirar o implante não haverá nenhum dano.

Os cientistas afirmaram ter escolhido o porco como cobaia por ele contar com o cérebro de tamanho similar ao humano, mas que no fim descobriram que seu comportamento era bastante curioso e parecido com o dos homens. De acordo com Elon Musk, a Neuralink está se preparando para a inserção do primeiro implante em humanos, precisando aguardar a aprovação e conduzir um teste de segurança.

Humano vs macaco

Cientistas tiveram a ideia de realizar uma competição mental entre um ser humano paraplégico e com implante cerebral e um macaco também com implante cerebral. A ideia é que os dois se enfrentem no game Pong, do antigo console Atari.

Os pesquisadores da Neuralink divulgaram um vídeo com o macaco chamado Pager interagindo com o console por meio de sinais de pensamento. O processo para o primata chegar ao ponto de controlar o jogo de maneira telepática começou com o animal aprendendo a usar as mãos para fazer isso. A máquina que aparece no vídeo contém um joystick e, conforme realiza a tarefa proposta, a primata ganha um creme de banana como recompensa pelo uso da tecnologia.

Já Nathan Copeland sofreu um acidente de carro, ficou paralisado e passou a viver com um implante no cérebro para controlar computadores por meio de sinais neurológicos. Copeland nunca havia jogado Pong com seu implante cerebral, apesar de usar o dispositivo com frequência para jogar outros games de computador.

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