Bloco de Carnaval vira alvo do MP-BA após proibir homens trans em desfile
25 de fevereiro de 2025
O Ministério Público da Bahia (MPBA) instaurou um procedimento para investigar o caso (Composição: Paulo Dutra/CENARIUM)
BRASÍLIA (DF) – Após a polêmica envolvendo o tradicional bloco de afoxé Filhos de Gandhy, que acontece em Salvador, após as regras de aceite de carnaval determinar que apenas pessoas do sexo masculino cisgêneros poderiam participar do desfile. O Ministério Público da Bahia (MPBA) instaurou um procedimento para investigar o caso.
“O Ministério Público da Bahia instaurou, nesta segunda-feira, dia 24, procedimento para apurar suposto ato de transfobia em cláusula do estatuto social do bloco Filhos de Gandhy. O MPBA oficiou por e-mail a agremiação solicitando informações e esclarecimentos e aguarda retorno para adoção das medidas cabíveis“, diz a nota do órgão.
Durante a noite dessa segunda-feira, 24, a agremiação emitiu uma nota referente ao caso. “Estamos sempre dispostos ao diálogo respeitoso e à reflexão sobre como manter nossas tradições vivas, ao mesmo tempo em que acolhemos as discussões da sociedade“, diz trecho da nota publicada em uma rede social.
Inicialmente, a agremiação proibiu a participação de homens trans no desfile. A proibição constava em comunicado entregue aos associados durante a retirada das fantasias e citava o artigo 5º do estatuto social, que dizia que apenas pessoas do sexo masculino cisgênero poderiam ingressar na associação.
Termo de aceite entregue aos associados (Reprodução/Rede Social)
Reações
A decisão de proibir pessoas trans no desfile foi considerada transfóbica, gerando repercussão negativa. Após seguidores questionarem a regra nas redes sociais, o grupo emitiu um comunicado afirmando reconhecer “que a sociedade está em constante transformação e que debates sobre inclusão são fundamentais”.
O texto diz ainda que, em 76 anos de existência, o bloco sempre teve a tradição da paz, do respeito e da tradição e que o estatuto social reflete “os fundamentos da nossa irmandade, que, por décadas tem preservado sua identidade cultural e religiosa”, diz o bloco.
“Tradicionalmente, e de acordo aos preceitos que o regem desde o início, o Afoxé Filhos de Gandhy é formado apenas por pessoas do sexo masculino, de toda raça, credo, cor, religião, orientação sexual, partido político ou classe social”, diz o comunicado que afirma ainda que o grupo realizará assembleia para discutir posteriormente uma alteração no estatuto.
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