Boate Kiss: Justiça condena todos os quatro réus em julgamento

Luciano Augusto Bonilha Leão é acusado de ter comprado o sinalizador que causou o incêndio na Boate Kiss. (Silvio Avila/ AFP)

Com informações do Estado de S.Paulo

SÃO PAULO – Chegou ao fim, nesta sexta-feira, 10, o julgamento de quatro réus acusados por 242 mortes no incêndio da Boate Kiss, que ocorreu em 27 de janeiro de 2013. Os quatro foram condenados. Ao todo, foram ouvidas 12 vítimas, 16 testemunhas e um informante. O júri, composto por seis homens e uma mulher, chegou a um veredito, após dez dias de depoimentos.

Depois da deliberação do júri, o juiz Orlando Faccini Neto leu o veredito. “A sentença é longa, é pública, mas não vou ler inteira”, disse. Ele afirmou que todos foram condenados. “A culpabilidade dos réus é elevada, mesmo em dolo eventual”, comentou. Depois, passou a ler parte do veredito e a explicar as penas de cada um:

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  • Elissandro Callegaro Spohr (sócio-proprietário do local): condenado a 22 anos e 6 meses de reclusão em regime fechado;
  • Mauro Londero Hoffmann  (sócio-proprietário do local): condenado a 19 anos e 6 meses, também em regime fechado;
  • Marcelo de Jesus dos Santos (vocalista da banda Gurizada Fandangueira e responsável por acender os fogos que se espalharam pelo local) e Luciano Augusto Bonilha Leão (roadie do grupo e que estava como réu porque teria passado o artefato pirotécnico aceso): condenados a 18 anos de reclusão.

Este caso, com mais de 19 mil páginas, é considerado o maior e o mais longo da Justiça do Rio Grande do Sul. O Ministério Público pedia a condenação de todos os acusados por homicídio doloso (quando o acusado tem a intenção ou assume o risco de morte). A sustentação foi feita pelos promotores David Medina da Silva e Lúcia Helena Callegari, e pelo assistente de acusação Pedro Barcellos, representando as vítimas. Já os advogados dos acusados pediram absolvição ou, pelo menos, alteração da pena de dolo para culpa.

Os quatro réus respondiam por homicídio simples, consumado 242 vezes (total de vítimas) e tentado a outras 636 (número de sobreviventes). O incêndio na Boate Kiss começou durante o show da banda Gurizada Fandangueira, quando Santos disparou um artefato pirotécnico, atingindo parte do teto do prédio, que era coberto por uma espuma e que pegou fogo rapidamente. 

Além do incêndio que provocou a morte de muitos jovens naquela noite, outra parte das vítimas morreu após inalar a fumaça tóxica liberada com a queima da espuma de proteção acústica no teto. Segundo a perícia e relatos de sobreviventes, não havia ventilação adequada ou extintores de incêndio apropriados no local.

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