‘Boi-bumbá: Evolução’: já está à venda livro de jornalista amazonense sobre história do Festival de Parintins

Allan Rodrigues conta curiosidades, explica mitos e reforça a paixão pelo Festival Folclórico de Parintins no livro (Nauzila Campos/Cenarium)

Nauzila Campos – Da Revista Cenarium

MANAUS – O lançamento do livro “Boi-bumbá: Evolução”, na noite dessa quarta-feira, 15, teve lugar estratégico e de muito carinho aos amantes da literatura e da cultura em geral em Manaus: o Casarão de Ideias, no Centro da cidade. As vendas do e-book e do livro físico estão disponíveis na Amazon e a vontade de ampliar a já grande multidão de apaixonados pelo Festival Folclórico de Parintins aquece o coração do jornalista e escritor Allan Rodrigues, autor do livro.

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Durante o lançamento, a CENARIUM conversou com Allan de um jeito leve e descontraído, como o Festival pede – e para começar a reportagem do mesmo jeito, já quebramos logo um tabu. Questionado sobre qual boi-bumbá tem sua torcida, o escritor é direto: Garantido. E já conta logo que essa história de “garanchoso”, contada por quem quer ser imparcial, é “cunversa”, como diz o caboclo.

“As pessoas te respeitam mais em Parintins se você diz qual é o seu boi. Se você fala que é ‘garanchoso’ ou que não tem boi, você causa um mal-estar maior. Primeiro que, se você fica em cima do muro, você vai ser assediado pelos dois lados. Segundo, cada lado vai desconfiar de você, achar que você é espião”, brincou Allan. “Mas é sério! A rivalidade é a alma do Festival”.

O livro é a segunda edição de um trabalho de pesquisa e reportagem de mais de 15 anos. Feito para que um apaixonado por boi-bumbá conquiste outros corações, ou estrelas. “A ideia é contar as histórias de como as coisas surgiram, foram pensadas. Como os elementos vão se somando e resultando nessa festa que tem hoje. Eu senti essa necessidade. Para que alguém que fosse para Parintins pudesse chegar lá e entender o que está acontecendo”, disse Allan.

O autor conta ainda que todos os capítulos do livro guardam curiosidades que vão surpreender os leitores. “Você vai encontrar conexões e fatos que vão dar sentido àquilo que você conhece do festival. No lançamento, contei uma coisa de cada capítulo, mas tem muito mais. Na primeira edição eu entrevistei mais de 40 pessoas; nesta, mais de 20. São pessoas que vivenciam e são protagonistas do festival”, explica Rodrigues.

“Quem ler vai saber como se grava uma toada, um disco. Vai entender como foi acesa a rivalidade entre Garantido e Caprichoso. A gente aqui não vai dar muito spoiler, não! Mas claro que alguns a gente dispara”, disse ainda.

A influência japonesa em Parintins

Talvez você já tenha reparado que em frente ao bumbódromo existe uma praça com temática japonesa. O livro explica o porquê. A produção de juta e malva é historicamente rentável em Parintins e em outros municípios do interior do Amazonas. E foi desde a década de 30 que essa produção se regionalizou. Dentro desse contexto, é possível entender como os japoneses contribuíram com o município de Parintins e o próprio festival.

“Em 1932 o governo brasileiro deu para um grupo de japoneses uma área de mil hectares para estabelecer uma colônia agrícola. Aquilo virou a Vila Amazônia, comunidade perto de Parintins. Essa comunidade vai adaptar a fibra da juta – que na verdade é uma espécie trazida pelos japoneses para a Amazônia. Lá nascem os jutais da Amazônia. Lá foi construída a Fabril Juta, complexo industrial que hoje é a Cidade Garantido. Os japoneses trazem uma contribuição cultural que hoje está presente em Parintins. Como a praça japonesa”, explica o escritor e jornalista.

“O livro ajuda você a entender a festa como um todo. Como a cidade é, um pouco dessa alma do parintinense, do festival, quem são essas pessoas que fazem essa grande festa. Tudo está no livro”, conclui Allan Rodrigues.

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