Bolsonarista do Pará segue foragido após planejar explodir bomba em Brasília
Por: Fabyo Cruz
11 de agosto de 2025
BELÉM (PA) – George Washington de Oliveira Sousa, empresário natural do Ceará e residente em Xinguara, no sudeste do Pará, está foragido há mais de um mês e meio. Ele foi condenado por planejar a explosão de um caminhão-tanque próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília, em dezembro de 2022. A ordem de prisão foi expedida em 25 de junho pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a partir de denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).
George Washington saiu do Pará rumo a Brasília levando armas, explosivos e munições. Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PC-DF), ele confessou ter colocado a bomba no veículo, afirmou ter gasto R$ 170 mil em armamentos e disse estar “preparado para guerra”. Na ocasião, declarou que aguardava uma “convocação do Exército”. Para a PGR, o objetivo era provocar medo generalizado e instaurar um estado de exceção no País após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições.
O plano foi articulado junto a Alan Diego dos Santos Rodrigues e Wellington Macedo de Souza, que estão presos em Mato Grosso e no Distrito Federal. A bomba, instalada no eixo traseiro de um caminhão-tanque estacionado próximo à base aérea da capital, foi descoberta e retirada pelo motorista antes de ser detonada.
Embora inicialmente identificado como empresário, George Washington se define como gerente de postos de combustíveis. Ele já foi proprietário da G W de O Sousa & Cia Ltda Epp, empresa multada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O empreendimento mudou de nome e de donos, passando a operar em Belém como Petróleos Miramar, no ramo de transporte de produtos perigosos e comércio de lubrificantes.
Casado e pai de dois filhos, ele declarou como endereço comercial o Posto Cavalo de Aço, em Xinguara, registrado no nome de duas mulheres. Um dos filhos possui um restaurante na mesma cidade.

Em maio de 2023, George Washington foi condenado a nove anos e quatro meses de prisão por três crimes: “expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outro”, “causar incêndio em combustível ou inflamável” e “porte ilegal de arma de fogo e artefato explosivo”. Em fevereiro de 2025, foi autorizado a cumprir a pena em regime aberto, decisão revertida em junho, quando o STF assumiu o caso por sua ligação com os atos golpistas de 8 de janeiro e outras manifestações antidemocráticas.
Em 18 de julho, o ministro Alexandre de Moraes determinou a notificação do réu por edital, procedimento adotado quando o acusado está em “local incerto e não sabido”. O prazo de 15 dias para resposta terminou sem manifestação. A CENARIUM não conseguiu contato com a defesa, e George Washington não possui advogado constituído no processo que tramita no STF.