Bolsonaro afirma que Petrobras planeja novo reajuste de combustíveis em 20 dias

Este é o primeiro aumento depois da saída de Roberto Castello Branco da presidência da empresa (Reprodução/Petrobras)

Com informações do Infoglobo

ROMA – O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira que a Petrobras fará novo aumento de combustíveis em 20 dias. Ele afirmou a jornalistas, na Itália, que foi avisado pela empresa sobre a nova alta “extraoficialmente” e não deu mais detalhes sobre isso. O presidente também voltou a defender a privatização da estatal.

Bolsonaro viajou para a Itália para participar da cúpula do G20, que terminou no domingo. Nesta segunda-feira, ele esteve em Anguillara Veneta, pequena cidade no norte da Itália, onde tem família. Ele recebeu o título de cidadão honorário concedido pela prefeitura e enfrentou protestos no local.

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A jornalistas que acompanham sua viagem no País, Bolsonaro afirmou que lidar com a alta de preços dos combustíveis é sua prioridade no momento. Disse ainda que foi avisado pela Petrobras que a empresa fará novo reajuste de combustíveis nas refinarias em cerca de 20 dias.

O presidente acrescentou que o governo federal não tem interesse nos dividendos recebidos da Petrobras. Nesse sentido, disse que tem conversado com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para que esses recursos sejam revertidos para abater o preço do diesel.

O presidente também afirmou que a privatização da Petrobras é um movimento “ideal”:

– Tudo o que acontece de ruim que vem da Petrobras é minha culpa… Eu disse ao (ministro da Economia) Paulo Guedes que o ideal seria privatizar a Petrobras. Mas esse processo levaria mais de um ano.

Bolsonaro sempre foi contrário à privatização da petroleira. Mas começou a defender sua venda de forma mais enfática no mês passado, depois de tentativas infrutíferas de evitar que a companhia deixasse de reajustar os preços da gasolina e do diesel.

A alta de preços afeta sua popularidade e pressiona a inflação, que já está acima de 10% em 12 meses. A gasolina já subiu 73% no ano e o diesel, de 65,3%.

– A gente não aguenta porque o preço dos combustíveis está atrelado à inflação e falou em inflação, falou em perda do poder aquisitivo. A população não está com salário preservado ao longo dos últimos anos. Os mais pobres sofrem – disse o presidente.

Na semana passada, a companhia divulgou lucro de mais de R$ 31 bilhões relativo ao terceiro trimestre. Na ocasião, Bolsonaro afirmou que a empresa não pode ter um lucro tão alto e cobrou dela uma visão social.

Na Itália, o presidente atribuiu a alta nos preços dos combustíveis à corrupção de governos passados e às leis antigas. Bolsonaro defendeu o congelamento dos impostos e apontou como “vilão” do custo final na bomba o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Na semana passada, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), do qual integram secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal, aprovou o congelamento do ICMS cobrado nas vendas de combustíveis por 90 dias.

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