Bolsonaro anuncia marqueteiro de extrema-direita e sinaliza ‘guerrilha’

Steve Bannon foi anunciado para a campanha de reeleição de Jair Bolsonaro (Reprodução/Internet)
Via Brasília – Da Revista Cenarium

Guerrilha de Trump

O fato de o presidente Jair Bolsonaro ter entrado com pedido impeachment do ministro Alexandre de Moraes não indica que ele esqueceu do também ministro do STF, Luís Roberto Barroso. Seguindo a tática de guerrilha do ex-estrategista do governo de Donald Trump, Steve Bannon, Bolsonaro segue fazendo ataques em série e em sequência para manter de prontidão a milícia digital bolsonarista. Portanto, o pedido de impechment de Barroso já são favas contadas. Com esse engajamento contínuo, o presidente busca desviar a atenção das redes sobre os reais problemas do País, como a pandemia, a inflação e o desemprego.

Método fascista

Marqueteiro da extrema-direita, Bannon foi anunciado como o homem por trás das mídias sociais de Bolsonaro em sua campanha à reeleição. Enrolado com a Justiça americana, Bannon já foi preso dos EUA e serviu a vários governos de extrema-direita com viés fascista. Até mesmo a Polícia Federal já o mencionou, em documentos sobre as investigações do inquérito das fake news, ao afirmar que Steve Bannon repete aqui a estratégia de manter alta a tensão com as instituições, imprensa e opositores. Tudo isso para criar uma aura de golpe, a que Bolsonaro responderia com o que chama de “contragolpe”.

Agenda da reeleição

Ao perceber sinais de que o “mercado” e o Centrão começam a pensar, reservadamente, num desembarque do Governo Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, correu para um evento do mercado financeiro para tentar desanuviar o clima de desconfiança. Ao declarar que o “fiscal está firme”, Guedes tenta desfazer uma preocupação geral de que a agenda eleitoral da reeleição deve prevalecer sobre as medidas de disciplina fiscal. Antes disso, Guedes dissera que pode desistir do fundo de liquidação de passivos da União, parte da PEC que pretende parcelar em dez anos os maiores precatórios.

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Teto de gastos na mira

A mesma mensagem já tinha sido dada, pouco antes, pelo secretário especial de Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, quando participou de outro encontro com analistas por videoconferência. Apesar das declarações, há argumentos de sobra para quem aposta contra o teto de gastos, a principal âncora fiscal desde 2016. Funchal admitiu que não gosta da ideia, mas há discussão no governo para tirar do teto a despesa obrigatória dos precatórios.

IRenda com Lira

Já sobre as mudanças no Imposto de Renda, o dono da bola do jogo está com o presidente da Câmara, Arthur Lia (PP-AL). Neste momento, pouco importa se o ministro Paulo Guedes prefere enterrar o PL 2.337/2021, desfigurado pelas mudanças negociadas pelo relator Celso Sabino (PSDB-PA). O grande argumento de que Lira lançará mão para aprovar a pauta é reforçar o apelo sobre a necessidade de o governo ter receita para os programas sociais, principalmente o Auxílio Brasil, que pode substituir o Bolsa Família.

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