Bolsonaro aposta em marcas do PT para atrair eleitorado de baixa renda

Bolsonaro investe em agendas na região e disputa a paternidade da transposição do Rio São Francisco, cujas obras começaram no governo Lula (Alan Santos/PR / Agência O Globo)

Com informações do Infoglobo

RIO DE JANEIRO – Em meio aos preparativos para a disputa à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro tem apostado em programas e projetos associados ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao PT para chegar ao eleitorado de menor renda, no qual o pré-candidato rival tem maior vantagem.

Os casos mais recentes envolvem o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Universidade para Todos (ProUni), voltados para o acesso ao ensino superior privado e vitrines da gestão petista na área da Educação. Bolsonaro também disputa a paternidade da transposição do Rio São Francisco. O carro-chefe, porém, é o Auxílio Brasil, que substituiu o Bolsa Família.

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No fim do ano passado, o presidente editou uma medida provisória que possibilita a renegociação de dívidas do Fies em até 12 anos. Em outro aceno, Bolsonaro liberou o acesso ao ProUni para ex-alunos de escolas privadas que não tiveram bolsa no ensino médio.

A disputa sobre os resultados de marcas dos governos petistas ficou evidente no pronunciamento de fim de ano de Bolsonaro no rádio e na TV. Mirando eleitores do Nordeste, o presidente disse que a transposição do Rio São Francisco “finalmente é uma realidade” e que o governo está “levando mais água para o Nordeste”.

Tour de inaugurações

Em outubro do ano passado, Bolsonaro participou de inaugurações da “Jornada das Águas”, que passou por todos os Estados do Nordeste. As obras da transposição começaram no governo Lula, lançadas pelo então ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, e atravessaram os mandatos de Dilma Rousseff e Michel Temer.

No pronunciamento de fim de ano, o presidente também citou dados de casas entregues pelo programa Casa Verde e Amarela, que substituiu o Minha Casa Minha Vida, fez questão de dizer que o Auxílio Brasil é um “programa melhor e mais abrangente que o antigo Bolsa Família” e enfatizou o investimento do governo no auxílio emergencial, pago em um período da pandemia.

“O total pago em 2020 (com auxílio emergencial) equivale a mais de 13 anos de gasto com o antigo Bolsa Família”, afirmou. O valor do pagamento emergencial, após ação do Congresso, alcançou R$ 600, enquanto o Auxílio Brasil pagará R$ 400 aos beneficiários.

Para a professora de Ciência Política da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) Luciana Veiga, a estratégia do presidente reforça que Bolsonaro está preocupado com o eleitorado de menor renda, que tende a ter perfil mais pragmático e focado em temas da economia. Esse grupo, diz a pesquisadora, foi essencial para a vitória de Bolsonaro em 2018, mas tem na memória um cenário econômico mais favorável no governo Lula.

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