Bolsonaro cita Alberto Neto em possível candidatura ao senado pelo AM
Por: Ana Cláudia Leocádio
17 de julho de 2025
BRASÍLIA (DF) – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) citou, nesta quinta-feira, 17, a candidatura do deputado federal Alberto Neto ao Senado, nas eleições de 2026. A indicação faz parte da estratégia da direita de ocupar mais de 50% das 81 cadeiras do Senado, para garantir a aprovação de mudanças no equilíbrio dos Três Poderes, segundo justificou o ex-mandatário. As declarações foram dadas em entrevista coletiva, na entrada do Senado, em Brasília.
“Há um interesse nosso enorme nas eleições para Senado. Nós queremos um Senado forte para equilibrar os poderes. Lá no Rio tem a reeleição do Flávio e a outra, que não sei se o Cláudio Castro [governador do Estado] vem como candidato”, afirmou o ex-presidente. Neste momento, Alberto Neto perguntou sobre o Amazonas e ele o indicou ao cargo. “Está aqui o Capitão Alberto, do Amazonas”, disse.
Antes da menção do nome de Alberto Neto Bolsonaro indicava alguns nomes que concorrerão no próximo pleito, como os integrantes da própria família: o filho Carlos Bolsonaro será candidato em Santa Catarina; o senador Flávio Bolsonaro concorrerá à reeleição no Rio de Janeiro; e a esposa Michelle Bolsonaro disputará uma das duas vagas no DF.
No Amazonas, o PL já lançou a pré-candidatura ao governo do Amazonas da empresária Maria do Carmo Seffair, que foi candidata a vice na chapa de Alberto Neto a prefeito, nas eleições de 2024. Seffair também já foi ungida pela família Bolsonaro, que apostará todas as fichas nela em 2026.

Bolsonaro e Flávio falaram também sobre a situação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se autoexilou nos Estados Unidos, e faz campanha por sanções ao Brasil por causa do processo movido no Supremo Tribunal Federal (STF), sobre tentativa de golpe de Estado. Na ação penal, a Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa o ex-presidente de ser o líder da organização criminosa.
Eduardo é cotado para ser candidato ao Senado em São Paulo. Segundo Flávio, a licença do irmão vai até 4 de agosto e, depois disso, ele ainda pode faltar a 44 sessões da Câmara, sem perder o mandato. “Estão antecipando uma situação que o Eduardo não precisa se posicionar agora. Óbvio que está na responsabilidade dele e vai tomar a decisão”, afirmou.
“Ele disse e eu concordo. Com todo respeito aos parlamentares, ele é mais útil lá, do que aqui. Aqui ele apenas [vai] responder a mais um processo na iminência de ser preso”, completou Jair Bolsonaro, sobre Eduardo.
Na entrevista, o ex-presidente também se ofereceu para negociar com o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, que aplicou tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras e condicionou uma negociação à interrupção do processo contra Bolsonaro no STF e às questões judiciais ligadas às big techs. Segundo Bolsonaro, se o presidente Lula der-lhe um passaporte para ir até os EUA, ele negocia.
Na avaliação de Bolsonaro, Eduardo acredita que a anistia resolveria a crise do “tarifaço” e ele, como presidente de honra do PL, também defende essa posição. “Quando fala anistia, o pessoal pensa em mim. Eu não estava aqui em janeiro. É para os condenados”, afirmou.