Bolsonaro deverá ser operado após exames indicarem piora
Por: Cenarium*
12 de abril de 2025
SÃO PAULO – Jair Bolsonaro (PL) deverá ser submetido a uma cirurgia neste domingo, 13, em Brasília (DF). Segundo aliados do ex-presidente, exames indicaram uma piora no seu quadro de obstrução intestinal.
Ele tem pontos persistentes de interrupção do trânsito no intestino. Como a medicação até aqui não resolveu o problema, eles ficam mais severos, aumentando o risco de complicações.
Seu estado clínico geral é estável. O médico que o atende, Claudio Birolini, por isso negou o emprego do termo “piora”. “Se não houver melhora, se persistir, vamos reavaliar. Mas não há no momento nenhuma decisão sobre cirurgia“, disse.

O problema é uma sequela comum em pacientes com intervenções extensivas na região abdominal. Bolsonaro já fez cinco cirurgias desde que recebeu uma facada na barriga durante a campanha eleitoral de 2018, quando foi eleito presidente. “Ele terá necessidade de passar por uma nova cirurgia“, disse o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).
O político foi internado na sexta, 11, em Natal, após passar mal com dores durante um evento para defender a anistia aos presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e, por extensão, a si mesmo. Bolsonaro é réu no Supremo Tribunal Federal, acusado de fomentar sua permanência no poder após perder a eleição para Lula (PT), em 2022.
Por decisão da sua mulher, Michelle, ele será transferido para Brasília numa UTI aérea. Após a chegada, prevista para as 22h15 deste sábado, 12, será internado no hospital DF Star, outra opção da esposa, que vetou sua ida a São Paulo, como aliados defendiam.
Em um vídeo publicado nesta manhã, gravado no leito do hospital Rio Grande, em Natal, Bolsonaro dizia que deveria ir a Brasília “para continuarmos o tratamento com possível intervenção cirúrgica“.
“O presidente está bem, lúcido, estável, tranquilo“, havia dito mais cedo o ex-ministro e senador Rogério Marinho (PL-RN), que acompanhou Bolsonaro em Natal. Nem ele, nem o boletim médico divulgado pelo hospital local citavam a possibilidade da cirurgia.
Segundo uma pessoa com conhecimento da situação, a decisão final sobre a operação deverá ser feita após novos exames, mas era dada como certa por pessoas próximas da família.
Se realizada, a cirurgia será comandada por Birolini, especialista em reconstrução abdominal do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, que atenderá Bolsonaro —todo o acompanhamento da saúde do ex-presidente da facada até aqui estava a cargo do médico Antonio Luiz Macedo, de São Paulo.
Ele chegou a ser consultado pelo ex-ministro Gilson Machado, que estava com Bolsonaro quando ele passou mal no interior do Rio Grande do Norte, mas não foi chamado a Brasília.