Bolsonaro diz que já tem nome para o STF, mas não bateu martelo ainda

Ele voltou a afirmar que será alguém "terrivelmente evangélico", e imaginou a cena de as sessões da Corte começarem com orações do novo ministro (Reprodução/Facebook)

Com informações do O Globo

BRASÍLIA – Em conversa com apoiadores evangélicos, o presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado que já tem um nome para a vaga que será aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) com a aposentadoria do ministro Marco Aurélio Mello em julho, mas que ainda não bateu o martelo.

Ele voltou a afirmar que será alguém “terrivelmente evangélico”, e imaginou a cena de as sessões da Corte começarem com orações do novo ministro. Em abril, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente, afirmou ao GLOBO que os dois nomes analisados pelo pai para a mais alta Corte do País são os de André Mendonça, atual advogado-geral da União, e Humberto Martins, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ambos são evangélicos.

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“Vai ser um terrivelmente evangélico. Tem um cotado aí. Por enquanto é ele. Mas não está batido o martelo. O importante é que ele fale… Eu até falei uma das vezes: imagine no STF, as sessões começarem com oração esse ministro. Deus é essencial em todos os lugares”, disse Bolsonaro.

O presidente não usava máscara e repetiu uma série de declarações que costuma dar, como a defesa do voto impresso, que já foi vetado pelo STF, e de remédios sem eficácia contra a Covid-19. Também voltou a fazer críticas à imprensa e a governadores e prefeitos que adotaram medidas restritivas para frear o avanço do vírus.

“Estamos lutando para o voto auditável, voto impresso, para que se afaste a suspeita de fraude, para a gente poder melhorar Executivo, Legislativo e também o Judiciário. Porque quem indica vagas para o Supremo Tribunal Federal passa por mim. A palavra não é minha, é do Senado, que tem sabatina lá”, disse o presidente, novamente sem apresentar provas de possíveis fraudes no voto eletrônico.

Bolsonaro disse que a hidroxicloroquina, um medicamento sem eficácia comprovada no tratamento da Covid-19, é a alternativa do momento. Ele também reclamou das críticas da CPI da Pandemia, que funciona no Senado, contra o uso de outro remédio: a cloroquina. E sugeriu que esses medicamentos, que são baratos, não são usados por pressão da indústria farmacêutica, que quer dinheiro.

“A CPI, só se fala em cloroquina. Mas o cara que é contra não dá alternativa. Tenho certeza que alguém tomou hidroxicloroquina aqui. Alguém tomou hidroxicloroquina aqui?”, perguntou Bolsonaro.

“Eu”, responderam alguns apoiadores.

Bolsonaro também reclamou da falta de emprego no País, voltando a culpar governadores e prefeitos que tomaram medidas restritivas para frear o avanço da pandemia.

“Não está fácil emprego no Brasil. E quem destruiu empregos não fui eu. Foram governadores e prefeitos que fecharam tudo. Deixar bem claro isso. Por mim, nada seria fechado. Se a gente não trabalhar, vai morrer de fome”, afirmou.

Ele também voltou a dizer que será o último a tomar a vacina contra a Covid-19. E, como já havia feito outras vezes, deu a entender que nem todas as mais de 400 mil mortes no Brasil foram em decorrência da doença:

“Tem que enfrentar o vírus. Lamento as mortes. Dificilmente alguém não tem um parente que morreu de Covid-19, ou de suspeita de Covid-19. Tudo é suspeita de Covid-19”, destacou.

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