Com informações do Infoglobo
SÃO PAULO – O presidente Jair Bolsonaro (PL) é rejeitado por 53% dos brasileiros, segundo a última pesquisa Datafolha divulgada na semana passada. Eleitores que se declaram homossexuais ou bissexuais, no entanto, esse percentual é significativamente maior: 80%.
Enquanto Bolsonaro “patina” com esse público, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cultiva uma rejeição mínima no público, de 11%. O percentual é menor do que entre o público geral: 36% dizem não votar em Lula de jeito nenhum.
O candidato petista sai na frente, nas intenções de voto, nesse estrato social. Ele tem a preferência de 76% dos homossexuais e bissexuais, contra 11% de Bolsonaro. Entre os heterossexuais, a distância de Lula para Bolsonaro é menor: 48% e 35%, respectivamente. A margem de erro da pesquisa é de, aproximadamente, sete pontos percentuais para mais e para menos, para esse público específico, uma vez que tem representação menor na amostra, e o índice de confiança é de 95%.
O presidenciável do PDT, Ciro Gomes, mantém um patamar similar tanto de rejeição quanto de intenção de voto entre homossexuais, bissexuais e heterossexuais.
Falas homofóbicas
Bolsonaro coleciona declarações homofóbicas desde quando era deputado federal, o que ajuda a explicar o mau desempenho nesse eleitorado. No documentário “Out there”, que fala sobre o avanço da homofobia no mundo, o então parlamentar disse que os “brasileiros não gostam de homossexuais”.
Bolsonaro também afirmou que seus filhos não correm o “risco” de namorar mulheres negras ou virar gays porque foram “muito bem educados”. A fala se deu em uma participação no programa “CQC”, da Band, em 2011.
Já enquanto presidente da República, Bolsonaro afirmou a apoiadores, no cercadinho do Palácio da Alvorada, que a linguagem neutra “estimula a molecada a se interessar por essa coisa”.
“Lembra uns dois anos atrás, o pessoal da linguagem neutra, os gays. Não tenho nada contra, nem a favor, cada um faz o que bem entender. O que faz a linguagem neutra dos gays? O que soma para a gente? Agora, estimula a molecada a se interessar por essa coisa”, afirmou o presidente.
Mais recentemente, durante um discurso a evangélicos, na cidade de Imperatriz (MA), o candidato do PL repetiu falas homofóbicas e transfóbicas. Defendeu que “Joãozinho seja Joãozinho a vida toda” e que modelo de família é composto por “homem, mulher e prole”. Afirmou, ainda, que no Governo Lula houve tentativa de “desconstrução da heteronormatividade”.