Bolsonaro lança programa para ‘mineração artesanal’ na Amazônia

Garimpo na Terra Indígena Munduruku, no Pará (Marcos Amend/24.jun.20/Greenpeace)

Com informações da Folha de S.Paulo

BRASÍLIA – O presidente Jair Bolsonaro (PL) editou decreto para instituir o Pró-Mapa (Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Mineração Artesanal e em Pequena Escala). A ideia é estimular o garimpo e direcionar as ações à região da Amazônia Legal.

Bolsonaro defende a atividade, inclusive, garimpos ilegais em terras indígenas e preservadas, desde antes de se tornar presidente.

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Em nota, a Secretaria-Geral da Presidência disse que o programa “inaugura uma nova perspectiva de políticas públicas sobre a atividade garimpeira no Brasil”.

Como mostrou a Folha, o governo chegou a autorizar projetos de pesquisa de ouro em uma das áreas mais preservadas da Amazônia, mas recuou e cancelou as permissões.

Além disso, as autorizações para exploração de nióbio, na Amazônia, mais do que dobraram no governo Bolsonaro, um entusiasta e divulgador do metal.

O avanço do garimpo, na Amazônia, é apontado por ambientalistas e pesquisadores como uma ameaça à preservação e a povos indígenas.

Segundo o decreto publicado nesta segunda-feira, 14, no Diário Oficial da União, o Pró-Mape deve “integrar e fortalecer” políticas para desenvolvimento da mineração artesanal e em pequena escala, no Brasil, além de estimular as “melhores práticas” e a “formalização da atividade” de quem está envolvido nestas atividades.

Também deve “promover a sinergia entre as partes interessadas e envolvidas na cadeia produtiva do bem mineral”.

O mesmo decreto cria a Comape (Comissão Interministerial para o Desenvolvimento da Mineração Artesanal e em Pequena Escala), que deve “orientar e coordenar ações” para fortalecer as atividades ligadas ao Pró-Mape.

Esta comissão será coordenada pelo Ministério de Minas e Energia e composta pelos ministérios da Casa Civil, Cidadania, Justiça, Meio Ambiente e Saúde. Este órgão fará reuniões semestrais.

“A Amazônia Legal será a região prioritária para o desenvolvimento dos trabalhos da Comape”, afirma o decreto.

“É importante destacar que a mineração artesanal e em pequena escala é fonte de riqueza e renda para uma população de centenas de milhares de pessoas, logo, é fundamental que as ações de governo reconheçam as condições em que vive o pequeno minerador, o alcance de sua atividade e as necessidades primárias da sociedade circundante”, afirma nota da Secretaria-Geral da Presidência.

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