Bolsonaro posta vídeo de madrugada se defendendo de acusações na compra da Covaxin
29 de junho de 2021
Presidente da República, Jair Bolsonaro (Pabblo Jacob/Agência O Globo)
Com informações do O Globo
BRASÍLIA – O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) publicou um vídeo no Facebook, nesta madrugada, se defendendo das acusações no caso da compra das vacinas indianas Covaxin. Senadores da CPI da Covid apresentaram uma notícia-crime contra o presidente alegando crime de prevaricação por Bolsonaro não ter pedido investigações à Polícia Federal após ser informado sobre possíveis irregularidades na aquisição dos imunizantes.
“Me acusam agora de corrupção virtual. Não recebemos uma ampola de vacina, não paguei um centavo. E estão me acusando de corrupção. Querem o quê? A volta do quê? Daquela cambada que tinha no passado? É o que eu digo sempre, analisem os nossos ministros com o que os antecederam”, diz Bolsonaro no vídeo em que também elogia seus ministros Marcos Pontes, de Ciência e Tecnologia, e Tereza Cristina, da Agricultura.
O vídeo, gravado na segunda-feira durante um evento no Parque Tecnológico de Sorocaba, foi postado no Facebook às 2h59 desta madrugada. Nas outras redes, no entanto, ele só foi ao ar na manhã desta terça-feira.
No vídeo, que começa elogiando Marcos Pontes e Tereza Cristina, Bolsonaro critica o governo de seus antecessores por supostos esquemas de corrupção dentro dos ministérios e estatais. Entre os exemplos citados pelo presidente estão os desvios no BNDES e os escândalos na Lava Jato.
Bolsonaro elogia no vídeo sua equipe ministerial. Porém, na segunda-feira, também para se defender das suspeitas de irregularidades no caso Covaxin, ele havia dito que não teria como saber o que ocorre dentro dos ministérios.
“Eu nem sabia como é que estava a tratativa da Covaxin, porque são 22 ministérios. Só o ministério do Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) tem mais de 20 mil obras. (O Ministério da Infraestrutura), do Tarcísio (de Freitas) não sei, deve ter algumas dezenas, centenas de obras. Eu não tenho como saber. O da Damares (Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos), o da Justiça, o da Educação. Não tenho como saber o que acontece nos ministérios, vou na confiança em cima de ministro, e nada fizemos de errado”, afirmou.
A compra se tornou um dos maiores alvos da CPI da Covid após o depoimento, na última sexta-feira, do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e do irmão dele, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo. Os dois procuraram o presidente pessoalmente para falar sobre as possíveis irregularidades.
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