Em entrevista ao Flow Podcast, o presidente Jair Bolsonaro reagiu à decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que sustou parte do novo decreto presidencial que prejudicaria a competitividade da Zona Franca de Manaus (ZFM). Queixou-se da interferência de ministros do STF, em seu governo, ao referir-se à anulação da redução de 35% do IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados – sobre bens fabricados na ZFM. “A quem cabe fazer a política fiscal? Sou eu. Eu estou reduzindo imposto. E não afeta a Zona Franca, que nunca faturou tanto quanto em meu governo. É história dos meus inimigos políticos de lá”, desabafou.
Fake News em profusão
Bolsonaro voltou a mentir sobre a ZFM – sim, o corte nas alíquotas do IPI pode acabar com milhares de empregos e a economia do Amazonas. Ao reduzir o IPI de produtos fabricados, somente na ZFM, que já tem isenção do imposto, o decreto presidencial prejudica o Brasil, pois torna mais competitivo importar estes itens, fechando postos de trabalho, aqui, para abrir na China, por exemplo. Na mesma entrevista, Bolsonaro também repetiu fake news e distorções sobre uma gama de temas, do golpe militar de 1964 à eleição de 2018, ao afirmar, aqui, que se elegeu sem usar dinheiro do Fundo Eleitoral — o que é falso.
Posse de Moraes
Entre ministros do TSE e STF é aguardada com ansiedade a posse de Alexandre de Moraes como presidente da Corte Eleitoral. O meio jurídico o apelidou de “xerife” por aplicar a lei, conforme estão escritas, sem dar ouvidos a ataques e ameaças em redes sociais. A partir da próxima semana, a ala que usa redes sociais para divulgar mentiras e promover a violência física terá um adversário mais duro. Mesmo que Moraes, tal como o Judiciário em sentido amplo, não tenha encontrado ainda uma forma eficaz de combater fake news e estratégias digitais, o ministro usará uma ferramenta que tem se mostrado eficiente contra parte dos criminosos digitais: o mandado de prisão.
Lula e Auxílio
O marqueteiro Sidônio Palmeira apresentou, em reunião da coordenação de campanha, o primeiro vídeo de Lula para o horário eleitoral na TV. Trata-se de uma vacina para o Auxílio Brasil de R$ 600. No vídeo aparecem entrevistados questionando a paternidade do auxílio atribuída a Bolsonaro. Eles lembram que Lula é o autor dos primeiros programas sociais de transferência de renda do País. A estratégia é dizer que o atual presidente sempre foi contra esses programas e só criou o Auxílio Brasil por interesse eleitoral. Há previsão de que o início do pagamento dos R$ 600, neste dia 9, tenha impacto negativo para Lula nas pesquisas.
“Premiação ambiental”
Colunista do Portal Metrópoles, Guilherme Amado detalhou uma decisão do Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, para a concessão do pagamento de gratificação a alguns servidores. Para liberar esse dinheiro, Leite afirmou que o Ibama – que vive o maior sucateamento da sua história – “atingiu 100% de suas metas institucionais entre 1° de junho de 2021 e 31 de maio de 2022.” Entre as metas “cumpridas” estão o combate ao desmatamento na Amazônia. Detalhe: nos últimos 12 meses, dados do sistema Deter/Inpe revelam a derrubada de 8.579km² de vegetação na floresta, o terceiro pior da série histórica.
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