Bolsonaro renova ameaças ao processo eleitoral e eleva crise a novo patamar

O presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) (Adriano Machado/Reuters)
Via Brasília – Da Revista Cenarium

Ameaças à democracia

Sem mostrar qualquer sinal de recuo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) segue com as ameaças ao processo eleitoral de 2022, na tentativa de manter acesa a sua base eleitoral, que se situa entre 22% a 25%, o conhecido como “bolsonarismo raiz”. Essa é a parcela que, hoje, garantiria sua ida ao segundo turno das eleições, como apontam diferentes pesquisas de opinião. Esse público também digeriu bem o casamento com o Centrão e a consequente nomeação do prócer do grupo político, o senador Ciro Nogueira (PPO-SE), que toma posse nesta semana em meio a um clima tenso e que segue com Bolsonaro “haja o que houver”.

Maior crise desde redemocratização

Onze partidos políticos já interpelaram judicialmente Bolsonaro para que ele explique os seguidos ataques às urnas eletrônicas e ameaças à democracia. A expectativa é de que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, abra os trabalhos da Corte com um discurso contundente. Batendo na tecla golpista de que “não haverá eleição” se não for limpa, o que para Bolsonaro só seria possível via adoção do voto impresso, o presidente segue levando a crise a patamares mais altos. O ex-presidente Michel Temer avaliou que esta é a crise mais grave desde a redemocratização do País e supera o impeachment da ex-presidenta Dilma. E olha que de golpe Temer entende…

IR adiado

LÍder do Partido Liberal (PL), Wellington Roberto confirmou à Via Brasília que o presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) deixará para a próxima semana a votação no plenário da Reforma do Imposto de Renda (IR). Os interesses que envolvem a matéria são muitos e partem de grupos poderosos. Por essa razão, avalia Lira, o Projeto de Lei ainda não estaria maduro para ir à análise e à votação. O relator da proposta, deputado Celso Sabino (PSDB-PA), fez coro ao presidente da Câmara e reiterou que, no que depender dele, a data da votação depende só de Lira, mas que tem condições de entregar nesta semana seu parecer final.

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Voto impresso rejeitado

Julho terminou com sinais de que pontos do projeto do IR ainda precisavam ser calibrados, como a questão dos fundos para Estados e municípios que sofrerão com a redução da alíquota das empresas. Segundo Sabino, a solução já está encaminhada. Oficialmente, a pauta do retorno aos trabalhos na Câmara ainda não foi divulgada, mas nos bastidores, mesmo com as manifestações pelo País a favor do voto impresso, a PEC que discute essa modalidade segue sendo fortemente rechaçada pela maioria dos líderes partidários, que querem derrotá-la já na análise na Comissão Especial.

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