Bolsonaro vive ‘ressaca’ com crescimento de impeachment após 7 de setembro

Bolsonaro durante discurso, em Brasília, nessa terça-feira, 7. (Foto: Reprodução)
Via Brasília – Da Cenarium

Dia seguinte

Em fala anunciada para esta quarta-feira, 8, o presidente do STF, Luiz Fux, deve dizer que os atos de Jair Bolsonaro no 7 de setembro configuram crime de responsabilidade. O recado mira o Congresso Nacional. Na prática, o STF, ao dizer que existe tal crime, dá aval para abertura de um processo de impeachment contra o presidente da República. Na Corte, ninguém espera que Augusto Aras apresente uma denúncia contra seu chefe, o que limita a atuação do Supremo. Ainda assim, a Corte seguirá com investigações contra o mandatário, mas sem crer que as mesmas possam resultar em eventual denúncia por parte do Ministério Público.

Lira silencia

No STF e TSE se discute cassação da chapa presidencial e alçar Arthur Lira à presidência da República. O problema é que, além da demora na tramitação de um processo na Justiça Eleitoral, a avaliação dos ministros é que os elementos até agora juntados são insuficientes e dificilmente se conseguiriam confirmar que o resultado da eleição foi definitivamente alterado por fake news e promoções de postagens em redes sociais sem declaração na prestação de contas da campanha. Trocando em miúdos: estamos na mão de Lira, já que o Supremo quer Bolsonaro fora da cadeira presidencial, mas deseja que o Congresso arque com esse ônus.

Vice aponta crime de responsabilidade

O vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), disse à coluna Via Brasília não ter dúvidas de que Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade ao ameaçar, nessa terça-feira, 7, o STF e as eleições de 2022. Para ele, a abertura de um processo de impeachment contra Bolsonaro seria inevitável. Mas, avalia que, como impedimento se trata de um processo de natureza política, uma vez que é o único julgado no Legislativo, Ramos acha que o “caldo ferve” no mundo político, mas só arrisca dizer que seu partido, o PL, não chancelará numa manobra golpista. Um sintoma são os rumores de que a única ministra do partido, Flávia Arruda (PL-DF), estaria prestes a desembarcar do governo.

PUBLICIDADE

Inviabilizado

Em Brasília, reuniões paralelas acontecem na busca de uma estratégia de atuação contra a radicalização Bolsonaro. Há quem defenda pressão sobre Arthur Lira para acelerar o processo de afastamento do presidente da República. A ideia é dar uma resposta contundente a Bolsonaro. O PSD já está em processo claro de afastamento há um tempo. Junto com o MDB, PSDB, Solidariedade e a oposição, porém, não têm força suficiente para derrubar o presidente. Mas, segundo analistas, o que interessa a quem quer ter um candidato competitivo é criar um clima na população de que o atual governo está inviabilizado.

Terceira Via

Com partidos importantes de centro-direita começando a discutir internamente o impeachment, as dificuldades de Bolsonaro no Congresso crescem, assim como as chances de candidatos que almejam ser apontados como a “terceira via”. Um dos mais enfáticos, Kassab, acredita que, para que um nome fora da polarização Lula x Bolsonaro tenha chance, é preciso que um dos dois seja inviabilizado – e, no caso, no momento, a ponta mais frágil é Bolsonaro. Muitos integrantes destes partidos devem engrossar os protestos contra Bolsonaro, no próximo domingo, 12, que estão sendo organizadas pelo MBL, além de outros movimentos e do partido Novo.

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.