Bombeiras civis contam como ação rápida evitou tragédia em incêndio na COP30


Por: Ana Cláudia Leocádio

25 de novembro de 2025
Bombeiras civis contam como ação rápida evitou tragédia em incêndio na COP30
Incêndio ocorreu na quinta-feira, 20 de novembro (Reprodução/Redes sociais)

MANAUS (AM) – As bombeiras civis Sabrina, Carvalho e Rocha estavam assumindo o plantão da tarde, por volta das 14h30, quando entraram na área dos pavilhões dos países e viram a correria das pessoas em evacuação do fogo que começou no pavilhão da África, na Zona Azul, no penúltimo dia da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), na quinta-feira, 20. O fogo foi controlado em menos de dez minutos, mas causou a suspensão das atividades da conferência em Belém, até as 20h40, quando o Corpo de Bombeiros Militar do Pará liberou o local para receber o público novamente.

Rocha contou que elas nem tiveram tempo de deixar as mochilas e correram para ajudar os colegas e as colegas que já estavam no local debelando as chamas para evitar que ganhassem grandes proporções, até a chegada dos bombeiros militares. Testemunhas que viram os primeiros atos para controlar o incêndio contam que, sem a ação rápida e diligente dos bombeiros civis, a coisa poderia ter tomado outras proporções.

Há uma diferença entre os bombeiros civis e os militares. Os civis são contratados para atuar na prevenção e combate a incêndios em locais privados, como indústrias, shoppings e eventos, sendo os primeiros a responderem às emergências nesses locais. Já os militares são profissionais concursados que integram os quadros da Polícia Militar para atuarem em emergências públicas de grande escala, como incêndios, resgates complexos e desastres naturais, por exemplo.

As bombeiras contaram informalmente à CENARIUM que foram utilizados mais de 250 extintores de incêndio para debelar o fogo, até a chegada dos bombeiros militares, que entraram com várias mangueiras conectadas para apagar totalmente as chamas. Foi um trabalho literalmente ombro a ombro, porque, para conduzir a extensa mangueira desde fora do hangar, os bombeiros civis colocaram o equipamento nos ombros em fila indiana até o local do fogo.

Segundo Rocha, seus colegas correram todo o grande pavilhão da Zona Azul para buscar os extintores disponíveis. Na opinião da bombeira, o incêndio só não causou uma tragédia por causa da ação rápida, principalmente daqueles que estavam próximos onde tudo começou, homens e mulheres.

Incêndio em pavilhão da COP30 (20.nov.25 -Bruno Peres/Agência Brasil)
Mulheres no combate ao fogo

As bombeiras destacam a presença feminina no time de bombeiros civis da COP30, que somente no turno da tarde conta com 40 mulheres, dos 60 integrantes. Cada turno tem 60 pessoas trabalhando para dar conta das instalações do Hangar Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém, que foi utilizado para ser a sede das discussões oficiais da conferência, segundo elas contaram.

Além da sensação de alívio, Sabrina, Carvalho e Rocha estavam orgulhosas de terem dado conta do trabalho para o qual foram treinadas e contratadas, ao lado dos demais colegas, que evitaram uma tragédia no maior evento climático do mundo. A tristeza ficou pelos colegas que passaram mal durante o incidente e pela imagem do Pará diante da opinião pública, porque o desejo dos paraenses era de fazer o melhor neste evento climático.

Incêndio

De acordo com informações do governo brasileiro, o incêndio começou por volta de 14h15 e foi controlado em aproximadamente seis minutos, com as pessoas evacuadas em segurança. A estrutura foi reaberta à noite, para a retomada das negociações.

Os pavilhões dos países foram fechados ainda na noite da quinta-feira e não funcionaram mais na sexta-feira. As estruturas ficavam logo na entrada da Zona Azul e era onde ocorria a maior parte dos eventos paralelos às discussões temáticas da COP. A área foi toda isolada por grades e agora aguarda-se o resultado da perícia para saber qual foi a causa do incêndio.

Nessa sexta-feira, 21, o Centro Integrado de Operações Conjuntas da Saúde (CIOCS), responsável pelo monitoramento e organização da assistência durante a COP30, informou que 27 pessoas receberam atendimento em razão do incêndio que atingiu a Zona Azul do evento.

Todo os pacientes foram atendidos prontamente e 21 já foram liberados. Os demais estão recebendo assistência adequada nos serviços de saúde de Belém. Os atendimentos estão relacionados à inalação de fumaça e crise de ansiedade após o ocorrido. Não houve registro de pessoas feridas pelas chamas com queimaduras”, informou.

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