Boulos aciona Justiça contra Nunes e Tarcísio após fala sobre PCC


Por: Cenarium*

27 de outubro de 2024
Boulos aciona Justiça contra Nunes e Tarcísio após fala sobre PCC
Da esquerda para a direita: Boulos, Nunes e Tarcísio (Composição: Paulo Dutra/CENARIUM)

MANAUS (AM) – O deputado federal Guilheme Boulos (PSOL) ajuizou neste domingo, 27, uma ação na Justiça Eleitoral contra Ricardo Nunes (MDB) e Tarcísio de Freitas (Republicamos) após o governador de São Paulo dizer que o Primeiro Comando da Capital (PCC) orientou voto no candidato do PSOL.

O psolista chamou a declaração de “uma vergonha” e disse que é o “laudo falso” do segundo turno, em referência ao documento forjado divulgado na primeira etapa da campanha por Pablo Marçal (PRTB).

“Que vergonha, né. Nada mais a dizer, é o candidato que ele apoia [o prefeito Ricardo Nunes] que botou o PCC na Prefeitura de São Paulo”, disse Boulos. A resposta do candidato do PSOL remete às investigações sobre a atuação da facção criminosa no sistema de ônibus da cidade.

Em nota, a campanha de Nunes afirmou que “Boulos briga com os fatos” e que bilhetes do PCC foram publicados pelos portais Metrópoles e UOL. “O ‘pedido de inelegibilidade’ beira ao ridículo e afronta a democracia. O governador Tarcísio de Freitas respondeu a uma pergunta de jornalista sobre a reportagem publicada ontem pelo Metrópoles. Boulos, que já havia tentado censurar o Instituto Datafolha, faz um novo ataque à imprensa”, afirma o texto.

O deputado federal Guilherme Boulos (Divulgação)

Neste domingo, logo após votar, Tarcísio falou à imprensa ao lado de Nunes, prefeito, candidato à reeleição e seu aliado. Ele foi questionado por uma jornalista sobre um comunicado emitido pela Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo, que interceptou comunicados assinados por membros da facção criminosa orientando o voto em algumas cidades do estado.

“A gente vem alertando isso há muito tempo. Nós fizemos um trabalho grande de inteligência, temos trocado informações com o Tribunal Regional Eleitoral para que providências sejam tomadas”, afirmou.

Em seguida, o governador foi questionado pela Folha sobre qual era o candidato indicado pelo PCC em São Paulo, ao que respondeu: “Boulos”.

Em nota, o candidato do PSOL disse que Tarcísio teve uma atitude “criminosa” e teria que responder na Justiça. “Tarcísio é cabo eleitoral de Nunes, faz tal declaração ao lado do prefeito em claro gesto de campanha. Usa a máquina pública de maneira vergonhosa e irresponsável. Isso fere todos os preceitos democráticos.”

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Divulgação)

Em entrevista, Boulos disse estar estarrecido. “Não tem precedente um governador de estado inventar uma mentira deslavada para influenciar os resultados eleitorais”, afirmou. O candidato afirmou que a tática do governador só se justifica por “desespero”. “Existe uma virada em curso, eles estavam cantando vitória antes da hora. Quando a cidade começou a se movimentar, eles entraram em desespero.”

A campanha de Ricardo Nunes (MDB) encaminhou para a imprensa uma série de ações que Boulos perdeu durante o segundo mandato. Para Boulos, direitos de resposta são comuns em uma campanha eleitoral. “Outra coisa é o governador de estado insinuando o apoio do crime organizado. Não há como comparar“, disse.

Nota divulgada pelo candidato do PSOL também criticou a imprensa pela publicação das declarações de Tarcísio. “Tão grave quanto é a imprensa reproduzir tal absurdo como algo normal e não questionar o flagrante propósito eleitoreiro do governador que busca, única e exclusivamente, distorcer a verdade e influenciar o resultado eleitoral.”

“O governador Tarcísio responderá na Justiça por sua atitude criminosa. Lamentamos que a Folha de S.Paulo tenha publicado declaração mentirosa do governador sem sequer ouvir a opinião da campanha adversária. Isso fere os preceitos jornalísticos da isenção e imparcialidade. Perde o jornalismo e a democracia.”

A ação

Na ação impetrada neste domingo, 27, a campanha de Boulos diz que a “utilização do cargo de governador do estado com a finalidade de interferir no resultado da eleição, no dia da votação, é evidente“, até “pela escolha do momento para divulgação da coletiva, durante o horário da votação, com a presença dos candidatos”.

A peça diz que a fala já está sendo explorada no WhatsApp e que existe uma ação coordenada entre o governador do estado e os candidatos, juntamente com a campanha deles, para difundir essas acusações, de forma abusiva e criminosa, durante o horário de votação.

“Nem se diga que o governador falou como cidadão, fora do exercício de suas funções, pois em seu discurso ele faz expressa referência a dados de inteligência a que só poderia ter acesso como governador do estado”, diz o documento.

“Trata-se de gravíssima tentativa de influenciar no resultado do pleito, no dia da eleição, de uma forma jamais vista no Estado de São Paulo”, afirma. “O uso da máquina e o abuso do poder político são incontestes.”

Leia mais: Marçal diz que Boulos deve ganhar eleições em São Paulo
(*) Com informações de Folhapress

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