Braga ataca ministra de Bolsonaro por dinheiro de emendas, informa colunista
12 de dezembro de 2021
Flávia Arruda e Eduardo Braga. (Arte: Isabelle Chaves/ CENARIUM)
Luís Henrique Oliveira – Da Revista Cenarium
MANAUS – Conhecido nos bastidores da política pela personalidade forte e, às vezes, áspera, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) atacou a ministra da Secretaria de Governo da Presidência da República, Flávia Arruda, durante um telefonema. Aos berros e proferindo palavras de baixo calão, o líder do MDB no Senado reclamou, após ter emendas parlamentares negadas pelo Palácio do Planalto. As informações foram reveladas, neste domingo, 12, pela coluna do jornalista Lauro Jardim, no jornal O GLOBO.
De acordo com Jardim, que possui mais de 30 anos de profissão, as emendas, que não tiveram o valor e sua destinação informados, haviam sido prometidas pelo Palácio do Planalto, mas não chegaram a ser liberadas. Em telefonema a Flávia Arruda, Braga não teria gostado da negativa e teria destratado a ministra. “Braga extrapolou. Flávia não segurou a onda. Chorando, passou a ligação para que Ciro Nogueira, o chefe da Casa Civil que acompanhava a cena ao lado da ministra, tentasse contornar a situação”.
A ministra comanda a secretaria, que possui status de ministério e cuida das articulações de interesse do Palácio do Planalto. Flávia tomou posse na Secretaria de Governo em abril deste ano, no lugar do general Luiz Eduardo Ramos. Segundo articulistas políticos de Brasília, a atuação dela no Congresso se tornou o principal motivo para a indicação ao ministério. Na Câmara dos Deputados, Flávia se alinhou ao governo e votou a favor de projetos considerados importantes.
Sem respostas
Após a repercussão do caso revelado na coluna de Lauro Jardim, a CENARIUM enviou demando à assessoria do senador questionando sobre o teor do telefonema a Flávia Arruda, assim como perguntou sobre quais emendas Eduardo Braga estaria se referindo, mas, até a publicação desta matéria, não havia recebido respostas.
Ataques são comuns
Em maio deste ano, vários sites noticiaram que Braga teria destratado uma funcionária que estava levando documentos para o senador durante uma transmissão ao vivo, em uma rede social. Na ocasião, o político fazia uma live, ao mesmo tempo que concedia uma entrevista ao telefone, e pediu a sua funcionária que mostrasse a primeira fase do documento, quando se irritou, ao perceber que a mulher não sabia o que ele solicitava no momento.
Braga repreendeu a funcionária, tapando o telefone com a mão para que a situação constrangedora não fosse ouvida durante a entrevista. Irritado, o senador questionava: “Sem saber qual é a primeira fase, primeiro a ordem dos fatores altera o produto. Pergunta qual é a primeira fase”, esbravejava.
Funcionária de Eduardo Braga foi destratada durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais. (Divulgação)
Em setembro de 2014, o Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM) encaminhou ao então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, uma representação contra o senador Eduardo Braga (PMDB-AM). À época, o político do Amazonas era candidato ao governo do Amazonas. Junto com o ex-deputado federal Sabino Castelo Branco (PTB-AM), Braga foi acusado de agredir um fotógrafo amador durante carreata de campanha no município de Maraã, na região do Alto Solimões, interior do Amazonas.
A informação repercutiu no Jornal O GLOBO. O fotógrafo Joel Reis da Silva registrou o ocorrido junto ao MPF e solicitou ao órgão “proteção de sua vida”. Segundo o tabloide, Joel acusou o senador de ter parado o carro no qual se encontrava e ter lhe dado uma gravata no pescoço, indagando “a mando de quem” estaria tirando as fotos. O fotógrafo diz ainda que Eduardo Braga tentou lhe tomar a máquina fotográfica e que, em seguida, foi cercado por auxiliares do senador e pelo deputado federal Sabino Castelo Branco. Veja mais no link.
Como justificativa, o senador chegou a afirmar, na época, que o vídeo que circulou na internet, que mostra o momento da agressão, teria sido editado, escondendo o final, em que o fotógrafo pode manter seu equipamento e o cinegrafista o material captado. Ao MPF, Joel afirmou que sua câmera “ficou toda danificada, não servindo mais para nada”.
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