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Braga dá novo ‘cavalo de pau’ em CPI e retoma oposição ao Governo Bolsonaro
Eduardo Braga à esquerda e Omar Aziz à direita, ambos senadores amazonenses integrantes da CPI (Geraldo Magela/Agência Senado)
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03 de agosto de 2021
Via Brasília – Da Cenarium
Braga de volta ao G7
O senador Eduardo Braga (MDB-AM) terminou a primeira temporada da CPI da Pandemia demonstrando estar fora do chamado G7 – grupo majoritário do colegiado de senadores que se dizem de oposição ou independentes. De forte opositor às omissões do governo federal no enfrentamento à Covid-19 no Amazonas, sobretudo na crise do oxigênio, no final da primeira temporada da CPI, Braga havia trocado a ferocidade para uma postura “mais amiga” a Bolsonaro. Tanto que a imprensa já havia dado como certa a sua saída do grupo, que se reduziria a G6. As especulações davam conta de que Braga ansiava pelo apoio bolsonarista a sua candidatura do governo do Estado, daí a mudança de tom.
‘Cavalo de pau’
Neste primeiro dia de retorno dos trabalhos, no entanto, na avaliação de ativo observador de dentro da CPI, Eduardo Braga voltou a se alinhar ao G7, retomando a “tabelinha” com o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), e a outros senadores do grupo. Essa mesma fonte aponta que as razões do novo ‘cavalo de pau’ de Braga seriam cartesianas, afinal, como experiente leitor de pesquisas, Eduardo Braga pode ter detectado que a companhia de Bolsonaro nas próximas eleições pode ter deixado de ser uma vantagem. Que Braga se movimenta por pesquisas não se tem a menor dúvida, já o que os números disseram a ele, é uma equação ainda a se decifrar.
Bolsonaro resiliente no AM
Experiente pesquisador no Amazonas, o publicitário Durango Duarte, dono da empresa Perspectiva, revelou à Coluna Via Brasília alguns números de suas mais recentes pesquisas de opinião, que mostram a incrível resiliência de Bolsonaro, ainda que a aprovação do presidente esteja longe de exibir a performance de 2019. Em que pese o desastre da gestão federal da pandemia no Estado, Durango disse que o presidente recuperou os números de 2020 e que, se as eleições fossem hoje, Bolsonaro venceria em Manaus com de 38% dos votos, contra 30% de Lula. No interior, nos dez maiores municípios pesquisados, a situação se inverte: Lula tem a dianteira com 45% das intenções de voto contra 30% de Bolsonaro.
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Empate técnico
Durango Duarte explica ainda que, como o interior concentra 40% dos votos válidos e Manaus responde por 60%, se fossem hoje, as eleições tenderiam um empate técnico no Amazonas, com Lula cravando 36% dos votos e Bolsonaro com 35%. Vários fatores, argumenta o pesquisador, explicariam a resistência do presidente no Estado, mesmo diante da escalada de suspeitas de corrupção na compra de vacinas e do “casamento” com o Centrão. Alguns deles são o perfil do eleitorado do Norte, que cultiva simpatia por militares, base de apoio importante de Bolsonaro, e o avanço das milícias digitais sobre os senadores amazonenses na CPI, que nos últimos meses multiplicaram os ataques e o grande volume de fake news nas redes.
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